Lupin: o Museu do Louvre via streaming

Estreou no dia 08 de janeiro a série Lupin, produzida e exibida pela plataforma de streaming Netflix.

Para além de comentar a boa performance de Omar Sy e o ótimo desempenho que a série tem alcançado nas views, ultrapassando as duas últimas explosões O gambito da Rainha e Bridgerton, essa é uma ótima oportunidade de ver o interior do Louvre sob outra perspectiva.

A trama, baseada pelos contos policiais de Maurice Leblanc (mais especificamente O colar da rainha, de 1906), nos mostra a vida de Assane Diop, que trabalha como funcionário da limpeza dentro do Museu do Louvre. Cheio de problemas pessoais, ele decide por uma empreitada arriscada: roubar uma peça do Museu que iria a leilão. O objeto é um colar de diamantes, que é dito ter pertencido à rainha Maria Antonieta. Diop é inspirado pelas histórias de Arsene Lupin, o Ladrão de Casaca, livro que seu pai lhe deixou de presente antes de cometer suicídio, motivado por sua revolta em ser injustamente acusado de roubar o mesmo colar de diamantes de uma rica família colecionadora. Agora, Assane está ávido para vingar seu pai e irá se disfarçar como um cavalheiro para isso.

Lupin traz diversos elementos interessantes para nós que adoramos museus. Boa parte das cenas do interior do Museu foram realmente filmadas no Louvre, sendo uma das poucas produções que recebeu autorização para tal. Quase como coadjuvantes da série, obras incríveis que estão sob a guarda do Museu podem ser vistas – a Monalisa, de Da Vinci, claro; mas também Eugène Delacroix e Rafael Sanzio.

Ainda, o caso do roubo do Colar é inspirado em duas tramas reais. A joia de Maria Antonieta se baseia em um famoso plano, conhecido na França como L’affaire du collier, arquitetado por outros nobres para roubar um colar de diamantes. Esse envolvia disfarces – tais como o de Arsene Lupin e Assane Diop -, desmembrar os diamantes e vende-los. Já o roubo nos lembra o único caso real de heist no interior do Louvre, que foi justamente a Monalisa, no ano de 1911. Pablo Picasso chegou a ser acusado do roubo, mas se provou inocente, e a pintura foi redescoberta em 1913. O roubo inclusive foi o responsável por alavancar a fama da Gioconda, devido a intensa cobertura sensacionalista do caso nos jornais da época.

Lupin é uma releitura de vários pontos altos da cultura francesa, e o Museu do Louvre espera renovar sua imagem perante ao público através da série. Tendo perdido quase 70% de seu número médio de visitantes no ano de 2020, a série da Netflix com certeza terá positivo efeito nesta retomada de atividades e em levar ainda mais pessoas a realizar uma visita.

Mas enquanto não podemos ir à França, vale muito assistir Lupin e também fazer um tour virtual por algumas das exposições do Museu do Louvre. É só clicar neste link: https://www.louvre.fr/en/visites-en-ligne

Read Previous

Fundação Pró-Memória de Indaiatuba lança coleção de livros com resgate inédito da história da cidade

Read Next

Conheça o ETNODOC do IPHAN – Documentários Etnográficos sobre o Patrimônio Cultural Imaterial

One Comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *