Museu do Louvre: uma história com mais de 800 anos

Museu do Louvre: uma história com mais de 800 anos. As escavações arqueológicas permitiram detectar a presença de caçadores coletores no setor do Louvre, nesta época a bacia parisiense já era então frequentada, a zona geográfica tornou-se rapidamente uma capital. Na Idade Média o “Castelo do Louvre” foi fundado pelo rei Filipe II em 1190, como uma fortaleza composta de uma masmorra e um recinto quadrado para defender Paris a oeste contra os ataques dos Vikings.

No século XIV, entre 1364 e 1380, o rei Carlos V mandou construir um novo muro. Desta vez, a fortaleza ficou dentro da cidade, perdendo assim, a sua função de defesa. Também, fez obras no Louvre para transformá-lo em castelo. Este projeto foi realizado pelo arquiteto Raymond du Temple. O antigo forte torna-se um lugar de residência confortável que comporta apartamentos bem como locais de recreação. Uma biblioteca à disposição do rei é instalada ali. Restos da muralha e o Arco do triunfo podem ser vistas ainda hoje, pois foram preservadas.

Para que visitar o Museu do Louvre | Museu em Paris

Já no século XVI, sob o reinado de Francisco I, sob influências do renascimento, onde havia grande exaltação do poder monárquico, iniciou a grande reforma do Louvre, demolindo a antiga fortaleza e construindo o palácio, que se tornou residência real. Entre 1564 a 1572, por ordem da rainha Catarina de Médici, ocorreu a construção do palácio das Tuileries e a residência real foi transferida para lá.

História do Louvre
A “Grande Galeria” de Henrique IV e o Palácio das Tulherias, de Catarina de Médici. Grande desenho d’Henri IV , Castelo do Louvre, (1600-1615), de Louis Poisson. Castelo de Fontainebleau, na Galeria “des Cerfs”.

Mais tarde, com os reis Luís XIII e Luís XIV, iniciou-se o grande projeto de reunião dos dois palácios. Nessa fase, grandes escultores, pintores, artesão foram contratados para a decoração dos palácios. No entanto, o rei Luís XIV abandona o projeto e inicia a construção do palácio de Versalhes, que se tornará residência real até a Revolução Francesa. Enquanto a corte do Rei Sol instalava-se em Versalhes, o Palácio do Louvre foi ocupado por nobres, intelectuais e artistas que tinham ali sua residência. Estes apresentaram ao rei um projeto de museu. Luís XVI gostou desta ideia e começou os trabalhos de adaptação.

História do Louvre
Reunião da Academia de Pintura e Escultura (1700), de Jean-Baptiste Martin le Vieux. Museu do Louvre.

O rei Luis XVI e sua família logo voltaram para Tuileries. E foi instalado nele a instância dos dirigentes da Revolução. Desse modo, por iniciativa deles, é criado o Museu, em 10 de agosto de 1793, onde o público pôde visitar as antigas coleções reais. Apesar de vários períodos conturbados, das profundas mudanças políticas e do incêndio em maio de 1871, que destruiu Tuileries. O Louvre nunca deixou de ser museu, e suas coleções foram sendo enriquecidas com o passar dos anos.

Foi a Revolução francesa que fez com que a Grande Galeria fosse aberta ao público. As obras das coleções reais estão expostas ali. As coleções aumentaram progressivamente com os confiscos e os sucessos militares. Doações privadas ofereceram também a oportunidade para que o Louvre adquirisse novas peças. Enquanto Napoleão Bonaparte (1769-1821) se instalou no palácio des Tuileries, o imperador fez do Louvre um grande museu com a ajuda de seu primeiro diretor Dominique Vivant Denon (1747-1825). Este último organizou as coleções.

Palácio das Tulherias – Wikipédia, a enciclopédia livre
Palácio das Tulherias, cerca de 1865. Da esquerda para a direita: a Ala Sul, o Pavilhão do Relógio, a Ala Norte, o Pavilhão do Teatro, a Galeria das Máquinas e o Pavilhão Marsan. À direita estende-se o Pátio do Carroussel.

Mais tarde, Carlos X (1757-1836) construiu uma nova galeria ao longo da Rivoli, paralelo àquela construída por ordem de Henri IV. Os departamentos das antiguidades gregas e egípcias foram criados e receberam o nome de Museu Carlos X. Foi durante o Segundo Império que o Louvre adquiriu a silhueta que conhecemos hoje. Foram construídos dois corpos de edifícios que cercam o pátio Napoleão onde encontra-se hoje a Pirâmide do Louvre. Novas salas foram preparadas para o museu, o Louvre dispunha de escritórios para os ministérios e estábulos foram instalados. Os trabalhos estenderam-se até as Tuileries que Napoleão III desejava restaurar começando com a destruição da galeria que estava ao longo do Sena. Infelizmente, este projeto não foi levado adiante devido aos acontecimentos da Comuna durante os quais o Palácio des Tuileries foi incendiado.

No século XIX, viu-se a necessidade de reestruturar o palácio para melhor aproveitamento do Museu. Sendo assim, o presidente François Miterrand resolveu a questão: mudou o ministério, fazendo com que o Louvre se dedicasse exclusivamente à cultura, e encarregou o arquiteto Ieoh Ming Pei, de realizar o projeto do Grande Louvre. Em 1981, François Mitterrand foi eleito presidente da República francesa. Estes trabalhos permitiram principalmente a construção das pirâmides, bem como a extensão da entrada principal com o Carrossel do Louvre. O maior museu do mundo abriu-se então a novos públicos. Os últimos grandes canteiros de construção que marcaram o Louvre foram os da organização do Pátio Visconti para instalar o departamento de artes do Islã.

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Museu do Louvre (foto: Nattee Chalermtiragool / Shutterstock)

Desta forma, o Louvre é dividido em três alas – Sully, Richelieu e Denon, e na parte oeste se encontra as muralhas do século XIV e o centro comercial. Dentro dessas alas o Museu possui oito departamentos: Antiguidades orientais, Antiguidades egípcias, Antiguidades gregas, etruscas e romanas, Pinturas, Esculturas, Objetos de arte, Artes gráficas e Arte islâmica. Dentre as obras do Museu, algumas possuem mais destaque que as outras e são colocadas em posição ressaltada como, por exemplo: A Monalisa de Leonardo da Vinci (óleo sobre tela, 1503-19), e a Vênus de Milo, Alenxandros de Antióquia.

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Mapa do Louvre. Figura: site oficial

A disposição das obras de arte no Louvre mostra que o espaço em que elas estão inseridas e sua localização foram pensadas e planejadas, não sendo uma disposição aleatória. Isso é muito significante se levarmos em conta que o modo como são dispostas e colocadas no espaço do Museu modificam a percepção dos visitantes a uma lógica buscada e construída pelo Louvre, que faz tal disposição com o intuito de passar ideias, pensamentos e sentimentos
muitas vezes não percebidos e inconscientes.

Principais obras do Museu do Louvre:

Vitória de Samotrácia, de Pythokritos
Mona Lisa (La Gioconda), de Leonardo da Vinci
Vênus de Milo, de Alexandre de Antioquia
Retrato de Luis XIV, de Hyacinthe Rigaud
A coroação de Napoleão, de Jacques-Louis David
A liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix
Código de Hamurabi

Ao observar o Louvre internamente é possível notar várias diferenças, de uma sala para outra, na forma como as pinturas e esculturas são distribuídas. Ao mesmo tempo em que ele conserva salas com estilo totalmente antigo que parecem estar praticamente intactas desde sua formação, a partir das reformas iniciadas com o projeto do Grande Louvre, algumas partes do museu ganharam novas aparências, com aberturas no teto para a entrada de luz natural e nova disposição das pinturas.

Além disso, é possível verificar como o museu dá mais destaque a algumas obras do que a outras. Enquanto o próprio quadro da Monalisa se encontra isolado devido sua importância, a partir da fama que adquiriu, outros quadros não tão famosos são dispostos lado a lado, sem qualquer alusão de proeminência. E isso não ocorre somente com os quadros, mas com as esculturas também, como citado história anteriormente. O Museu do Louvre faz parte da viagem de quem chega a Paris. Ele faz parte da França e da história mundial.

Acesse também: https://clickmuseus.com.br/lupin-o-museu-do-louvre-via-streaming/

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