Exposição Vidas Femininas joga luz para histórias de vida de mulheres

“‘Eliane, é a primeira vez que eu tenho uma diretora negra. Eu nunca vi uma diretora negra na minha vida. Você não sabe o que isso significa pra mim’. Hoje, eu tenho muita certeza do que eu represento para aquela menina negra que eu fui um dia”.

Essa é uma das histórias de vida da nova exposição virtual do Museu da Pessoa: Vidas Femininas, que está no ar (www.vidasfemininas.museudapessoa.org) e fica em destaque até março de 2022.

Ao todo, são mais de 30 histórias, apresentadas em formato de texto ou vídeo, e divididas em três eixos de visitação. Há também depoimentos da mostra audiovisual Vidas Femininas, realizada no começo deste ano.

O primeiro eixo é o de sentimentos. Nele, estão elencados depoimentos que fazem alusão ao amor, orgulho, medo, dor e saudade. No segundo, a separação é por temas: Ciência e Tecnologia, Empreendedorismo e Mobilidade. O terceiro e último, intitulado Roda do Tempo, recupera marcos importantes da presença feminina na história do Brasil, como a assinatura do decreto que assegura à mulher o direito ao voto, a promulgação da Lei do Divórcio e a criação da Lei Maria da Penha.

Os dois primeiros caminhos – Sentimentos e Temas – trazem uma relação de frases sintéticas sobre cada uma das histórias. Ao clicar, a visitante vai para um trecho maior sobre a vida daquela mulher e, depois, ainda tem a oportunidade de assistir, ler ou ouvir o depoimento na íntegra visitando o site do acervo do Museu. É possível compartilhar o conteúdo nas redes sociais. 

“A exposição homenageia a mulher, mas sobretudo o feminino, que extrapola a questão do gênero. É o ser feminino que dá a possibilidade da escuta e costuma dar ao outro o centro do palco. É ele que estimula capacidades como a do afeto, de ser resiliente, de empreender”, conta Karen Worcman, diretora e fundadora do Museu da Pessoa, que lembra que o Museu da Pessoa se dedicou o ano todo a jogar luz sobre as vidas femininas.

Elemento circular

Um dos desafios da exposição foi encontrar um elemento estético capaz de dar conta da representatividade do tema. A equipe de curadoria encontrou na imagem do círculo a resposta. 

“Queríamos trabalhar as vivências femininas através de múltiplas perspectivas. E enxergamos o círculo como elemento estético. Não à toa, ele está presente em todas as telas da exposição. O elemento circular não é hierárquico, é agregador e reverbera. É como jogar uma pedra no lago e avistar a formação de círculos que reverberam num ato contínuo. É assim que enxergamos a exposição e o potencial inspirador que as histórias de vida que fazem parte dela têm”, define Lucas Lara, diretor de museologia do Museu da Pessoa. 

Vidas Femininas também se adequa às práticas de acessibilidade, como tradução em libras e navegação própria para Pessoas com Deficiência. 

A exposição, que será constantemente atualizada com novas histórias, foi viabilizada com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com o patrocínio da EY, Rumo e Mercado Livre.

Sobre o Museu da Pessoa

O Museu da Pessoa (www.museudapessoa.org) é um museu virtual e colaborativo fundado em São Paulo em 1991 com o objetivo de registrar, preservar e transformar histórias de vida de toda e qualquer pessoa em fonte de conhecimento, compreensão e conexão. O Museu da Pessoa conta com um acervo de mais de 18 mil depoimentos em áudio, vídeo e texto e cerca de 60 mil fotos e documentos digitalizados de brasileiros e brasileiras de todas as regiões, idades, classes e atividades. 

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