Com Curadoria Colaborativa, Museu da Pessoa lança programação “Vidas Negras”

Foto: Museu da Pessoa

A programação “Vidas Negras” é um olhar sobre o acervo do Museu da Pessoa que traz à luz cenas do cotidiano de famílias negras do Brasil nos séculos XX e XXI. A programação contou com a colaboração de um comitê curatorial composto por Day Rodrigues,Diógenes Moura, Luciara Ribeiro, Sueli Carneiro e Roberto da Silva.

“As histórias das vidas das pessoas negras são fundamentadas em cotidianos de
resistência, frente aos pactos sociais violentos de uma branquitude ensimesmada. A falacomo lugar de potência e memória abre um divisor de águas para construirmos
vivências e narrativas negras para além deste mundo vil. Assim, a importância do
projeto “Vidas Negras” está em contar histórias de pessoas sem perder a interlocução
de sua coletividade, para ressignificar o sentido de humanidade para todes nós. “
observa Day Rodrigues, parte integrante do comitê curatorial.

Nas palavras de Karen Worcman, fundadora e curadora do Museu da Pessoa “As vidas negras são patrimônio fundante do Brasil e trazê-las à luz neste momento do país é atuar para que este valor – histórico e humano – seja reconhecido.”

Sueli Carneiro, fundadora do portal Geledés – Instituto da Mulher Negra – primeira
organização negra e feminista independente de São Paulo e parte integrante do comitê, analisa a programação frente ao atual contexto brasileiro e mundial: “Vivemos um momento de acirramento da questão racial no Brasil e no Mundo, em que prosperam práticas cada vez mais explícitas e violentas de racismo.

Nesse contexto, a existência negra aparece no imaginário social profundamente marcada pelo signo da violência. A programação Vidas Negras do Museu da Pessoa, dá visibilidade a outras narrativas acerca da pessoa negra. Ela traz imagens, depoimentos, repletos de sonhos, expectativas, realizações, conquistas e frustrações, inerentes à condiçãohumana.

Mostra uma negritude que, malgrado as dificuldades e interdições conhecidas, resgata e repõe sempre a nossa dignidade humana.

É isso que desfrutamos ao percorrer essa rica programação que afirma em todas as suas dimensões que vidas negras existem, estão aí, lutando pela realização de todas as suas potencialidades, apesar do racismo.”

Exposição virtual Vidas Negras

Foto: Museu da Pessoa

Lançada na plataforma do Museu da Pessoa em quatro episódios, toda quinta-feira. Osepisódios são compostos por vídeos, fotografias, textos e narrativas em áudio produzidos a partir do acervo do Museu da Pessoa.

Segundo o curador Diógenes Moura, “Vidas Negras é um filme, uma exposição, um livro sem páginas marcadas. Trata de histórias, de memórias, de nomes e sobrenomes, de palavras que poderão definir uma existência, de fotografias que guardam essa mesma existência entre distância, aconchego, passado, presente, futuro.”

Mostra audiovisual (Entre)vivências Negras

A Mostra Audiovisual (Entre)vivências Negras será composta por vídeos editados por
jovens artistas e coletivos negros, inscritos por meio de um edital aberto. Os vídeos, de até quatro minutos, têm como base 150 histórias de vida de pessoas negras de um acervo inédito do Museu da Pessoa.

Segundo Luciara Ribeiro, “falar de vivências de pessoas negras, se torna indispensávelpara construirmos um futuro onde o direito de sermos autores de nossas próprias narrativas e vidas seja permanente. É entender acima de tudo que somos pessoas, comoqualquer outro ser humano que habita este planeta.”

@museudapessoa

Programa “Conte Sua História”

Álbum de família de Heloísa Pires de Lima, ano desconhecido / Acervo Museu da Pessoa

Registro da história de vida de 10 pessoas de especial relevância no contexto político,
cultural, acadêmico e social da questão racial no Brasil. Foram convidados Dona Edite, Rosane Borges, Emanoel Araújo, Neon Cunha, Hélio Menezes, Tião Carvalho, Padre
Jalmir, Bel Santos Mayer, Silvio Almeida e Sueli Carneiro.

Texto e Fotografia: Museu da Pessoa

Confira a programação completa em: https://museudapessoa.org/programacao-vidas-negras/

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