Localizado no Centro Cultural Olido em São Paulo (SP), o Centro de Memória do Circo foi inaugurado em 2009 com o objetivo de reunir, preservar, pesquisar e difundir a memória circense. Organizado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, sua sede foi escolhida no Largo do Paissandu por ser o local onde os circenses se encontram há mais de 130 anos. O acervo reúne documentos textuais, gráficos, iconográficos, bibliográficos, áudio, áudio visuais, objetos – como figurinos, acessórios, cenários, aparelhos – e outros suportes arquivísticos. Ao todo, são mais de 80 mil itens que estão em processo de catalogação e serão disponibilizados no site da instituição.
O Centro de Memória do Circo realiza exposições, eventos, visitas educativas, oficinas, cursos e realiza pesquisas temáticas sobre a história do circo. Além dessas ações, a instituição promove encontros de jovens e idosos circenses, proporcionando uma aproximação entre gerações. Além de uma sala de exposições, o local conta com uma reserva técnica com paredes de vidro que permitem ao público observar o trabalho de conservação da equipe.
Às segundas-feiras, dia de folga da categoria circense, o Centro de Memória do Circo realiza o “Café dos Artistas”, em homenagem aos encontros que aconteciam no Largo do Paissandu desde as primeiras décadas do século XX. Nos cafés e restaurantes da região, os artistas, empresários e donos de circo de todo Brasil se reuniam para discutir trabalhos e apresentações. Essas reuniões movimentaram o comércio local, mas nem sempre foram bem vistas, uma vez que algumas pessoas achavam os circenses uma “multidão de gente muito esquisita”. Apesar da imprecisão, acredita-se que esses cafés surgiram no final do século XIX e que também aconteciam em outros estados, como no Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza.
Com origem na Inglaterra, o circo moderno chegou ao Brasil por volta do século XIX por meio de famílias tradicionais que vieram da Europa e que trabalhavam se apresentando em grandes companhias que viajavam o mundo todo. Com o passar do tempo, muitas das famílias foram ficando no país, viajando para os espetáculos e incorporando a cultura local. Assim, o circo brasileiro foi ganhando sua própria identidade. À medida que os circos começaram a circular pelo país, sua popularidade foi crescendo e os circos de lona foram nomeados de “Circo de Cavalinhos”, pela presença do animal nos espetáculos. Além desse gênero, aconteciam os “Circos de Pavilhões” de forma fixa, que se apresentavam por um longo período de tempo em uma mesma praça. Posteriormente, o “Circo-teatro” surgiu com espetáculos compostos na primeira parte por números de circo, como aéreos, equilibrismo, malabarismo, e na segunda parte por peças teatrais, como comédias e dramas. Uma das principais contribuições do “Circo-teatro” foi a consolidação da presença do palhaço no circo brasileiro, visto que os palhaços se apresentavam nas duas partes do espetáculo.
Embora existam muitas pesquisas sobre o circo brasileiro, ainda há muito o que descobrir, mapear e investigar sobre sua história. O Centro de Memória do Circo resgata a memória circense e revela toda a dedicação e conhecimento da equipe envolvida. Para realizar uma visita virtual e conhecer mais sobre a instituição, acesse o link: http://www.memoriadocirco.org.br/ Para conhecer mais sobre o circo, o site Circonteúdo realiza um trabalho contínuo de pesquisa e de disseminação de informações para pesquisadores e interessados no universo circense.
O Click Museus é um projeto que vista aproximar o público dos museus, democratizando o acesso das instituições culturais. Para conhecer mais sobre o projeto, acesse o link: https://clickmuseus.com.br/coletivo-akangatu-projeto-click-museus/