Está em curso um projeto coordenado pela Marinha do Brasil para a criação do Museu Marítimo do Brasil (MuMa), no Rio de Janeiro. A Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM), e o Departamento Cultural do Abrigo do Marinheiro estão trabalhando juntos nas definições do projeto arquitetônico que será aplicado na instituição.
A proposta arquitetônica foi escolhida através de um concurso que ocorreu em meados de 2021. Assim, o MuMa deve ter dois prédios principais: um vertical perto do passeio público e outro horizontal no piér. Além disso, o primeiro edifício vai contar com auditório, espaço para recepção de escolas, área administrativa e restaurante panorâmico. Enquanto isso, o segundo abrigará o museu, propriamente dito, com dois andares de exposições.
O concurso teve 191 inscritos de dezessete estados brasileiros diferentes. O vencedor, então, foi o projeto de Rodrigo Messina e sua equipe (escritório Messina/Rivas Arquitetura (de São Paulo) e Bem-Avid Studio (de Córdoba, na Argentina). O fator chave do projeto era desenvolver um espaço para encontros, tanto dos indivíduos entre si, quanto entre eles e o contexto socioambiental ao redor. Isso foi, aliás, o que diferenciou esse projeto dos demais. O Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RJ), Igor de Vetyemy, elucidou a possibilidade que esse projeto do MuMa ofereceu de o visitante adquirir conhecimentos sobre o acervo, mas também sobre o entorno. No entanto, a responsabilidade institucional também teve certo peso nas escolhas.
Particularidades do MuMa
O objetivo com a criação do MuMa é elucidar o elemento de maior presença na história da construção do Brasil: o mar. O atual diretor da DPHDM, o Vice-Almirante José Carlos Mathias, destacou: “O mesmo mar que revelou o Brasil ao mapa da história e por ele a história foi e continua sendo escrita; o mar pelo qual foi consolidado nosso processo de Independência. O mesmo mar de pescadores, que tiram dele o seu sustento; o mar das plataformas marítimas de petróleo, de nosso pré-sal. O mesmo mar que abraça a costa desse País continental, atraindo turistas de todo o mundo em nossas prais; o mar que é responsável por mais de 95% do nosso comércio exterior”.
Apesar disso, o MuMa não se propõe a ser um museu dedicado ao mar comum, localizado à beira da Baía de Guanabara. Sua intenção é reunir diferentes perspectivas sobre o tema. Dessa forma, vai incluir, claro, o acervo histórico e documental da Marinha, mas também coleções científicas, tecnológicas e artísticas para construir a narrativa expográfica. Sobre ela, Vetyemy contou com detalhes qual é a proposta:
“Primeiro, o visitante vislumbra ao longe o museu emoldurando o molhe histórico, como se flutuasse sobre ele. Depois, o percurso convida-o a atravessar uma ponte de acesso que mimetiza a experiência da entrada em grandes embarcações pelo seu casco. Atravessando o salão, uma circulação se coloca externa a ele e, só então, é possível voltar a ter contato com o horizonte marítimo, através de janelas redondas que se assemelham a vigias náuticas. Ao final, esse percurso convida a um passeio livre sobre o molhe, com um bar na ponta que promete uma das mais belas vistas do Rio de Janeiro.”
Então, em 2022, o Projeto Museu Marítimo do Brasil está em processo de captação de recursos a fim de coloca-lo em prática através do programa de mecenato “Patronos da Cultura Naval”. Para saber mais e acompanhar o progresso de construção do MuMa, acompanhe os canais de comunicação da DPHDM e a Agência Marinha de Notícias.
Foto de Capa: Divulgação/IAB-RJ