O Genocide Memorial Centre de Kigali, Ruanda é um monumento a um dos mais sangrentos genocídios da história mundial. Foi inaugurado no 10º aniversário do genocídio, em 2004 e situa-se atualmente no subúrbio de Gisozi, KG 14 Ave, Kigali, Ruanda. O genocídio de Kigali, foi um dos momentos mais tristes da história recente da humanidade, pois, nunca matou-se tanto em tão pouco tempo. Nenhum evento teve maior impacto sobre a história de Ruanda do que a guerra civil de 1994, num período de 100 dias e sob o olhar atento de uma força de paz da ONU, os extremistas étnicos hutus sistematicamente assassinaram mais de um milhão de tutsis.
Além de vitimarem membros da comunidade minoritária tutsi, também massacraram seus adversários políticos, independentemente da sua origem étnica. Pessoas se matavam nas ruas com armas de fogo, pedaços de pau e facões. Esse episódio sangrento da história de Ruanda aconteceu de 7 de abril de 1994 até 15 de julho do mesmo ano.
No Memorial, cerca de 250 mil vítimas estão enterradas num espaço discreto com jardim, no qual não se vê os caixões. No museu, porém, há caveiras expostas sob luz dramática, além de uma linha do tempo com fotos de teor forte emocional.
O memorial explica a origem do conflito entre os hutus radicais e a minoria tutsi, através de três exposições permanentes: O Genocídio de 1994 Contra Os Tutsis, Vidas Desperdiçadas e Quarto Infantil, que contemplam como a tensão cresceu entre os grupos étnicos no pequeno país africano, o que detonou o genocídio e como essa tragédia se desdobrou sob o olhar atento de uma significativa força de manutenção da paz das Nações Unidas.
A exposição, ainda oferece informações sobre o período de preparação, o período dos acontecimentos e o período de rescaldo desse episódio sombrio da história de Ruanda, sendo uma experiência guiada, os visitantes podem escolher ser guiados por uma das testemunhas da equipe ou adquirir o guia digital KGM, que fornece um tour audiovisual do memorial.
O historiador Ulpiano Bezerra de Meneses expõe em uma Conferência do Encontro Paulista de Museus na qual participou em 2018, sobre As Ambiguidades da Memória em específico as Memórias Traumáticas, que é necessário problematizar a memória traumática. Isso porque, a sociedade inserida neste trauma cultural passas por processos de transformações devido a interesses e forças que regem uma direção.
No caso do Genocide Memorial Centre, a memória que se eterniza no museu carrega um significado como um agente social do tempo, que contextualiza e ostenta memórias perturbadoras como um tipo de prevenção, para que não possa ser esquecido as razões de ser expor tamanho sofrimento. Cabe, aos museus e a nós enquanto portadores de memórias, conhecer a história para que não a deixemos se repetir.
Site do O Genocide Memorial Centre de Kigali, Ruanda: https://kgm.rw/
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