Instalações de Lucas Bambozzi no MAC USP  (grátis)

O Museu de Arte Contemporânea da USP recebe, a partir de 1º de julho às 11 horas, a exposição individual do cineasta, artista visual e pesquisador em novas mídias Lucas Bambozzi. A mostra apresenta quatro instalações que utilizam projeção, monitores e painéis de led para uma reflexão em torno do impacto social e ambiental provocados pelas atividades mineradoras no Brasil. O conceito de Solastalgia, aplicado pelo filósofo Glenn Albrech, em 2005, expressa o sentimento de perda diante de transformações radicais na paisagem, o estresse mental ou existencial causado pelas mudanças ambientais, naturais ou causadas por acidentes e catástrofes chamadas de naturais, mas que na verdade são provocados por ações humanas.

Solastagia (2023), a primeira das quatro instalações, nasceu a partir da realização do longa-metragem Lavra (2021), do próprio Lucas Bambozzi. Com imagens de montanhas e paisagens dilaceradas, evidencia as tragédias causadas pela mineração de ferro no entorno de Belo Horizonte (MG). “As imagens explicitam uma lógica extrativista que destroça modos de vida, em nome de uma noção arcaica de Progresso”, diz o artista. As narrativas de tragédias, acidentes naturais ou causados por ações exploratórias também aparecem nas obras Extra, Extra (2023), Paisagens Rasgadas (2021) e Luzes (2023). “Lucas Bambozzi imagina e cria imagens, dando forma a uma investigação que reflete sobre o modo de apresentar visualmente os processos disparadores da solastalgia, de maneira que a nossa experiência de afetação por essas imagens também é indagada”, ressalta Fernanda Pitta, docente do MAC USP, responsável pelo acompanhamento curatorial da exposição.

A instalação Luzes apresenta painéis luminosos posicionados no chão que recebem projeções de frases que sintetizam a ideia de solastalgia sob o olhar de três pensadores convidados: o líder indígena Ailton Krenak, a escritora Christiane Tassis e a artista visual Giselle Beiguelman. Ao longo do período da exposição, novas participações devem se somar ao espaço da instalação, em diálogo com as redes sociais e com a exposição em sua integralidade. “Se antes estávamos expostos a formas de solastalgia apenas em função de acidentes tidos como naturais, hoje, os acidentes são causados por negligências – por modelos de extrativismo danosos e também por uma noção de desenvolvimento que entra em conflito com outros modos de se viver”, avalia Bambozzi. Para Fernanda Pitta, “ao acolher essa exposição, o MAC USP reforça o entendimento do museu como um espaço de escuta atenta à produção artística experimental e de plataforma para práticas artísticas que refletem sobre questões e problemáticas urgentes do mundo contemporâneo”.

Solastalgia, de Lucas bambozzi

Acompanhamento curatorial: Fernanda Pitta (MAC USP)

Imagens para a imprensa – https://tinyurl.com/lucasbambozzi

Abertura: 1 de julho, 11 horas (até 1 de outubro de 2023)

MAC USP – Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera – 11 2648.0254

Terça a domingo das 10 às 21 horas

Entrada gratuita

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