A história dos artistas Sam Bompas e Harry Parr começou com o hábito de fazer gelatina como algo divertido para passar o fim de semana. O plano inicial era abrir uma banca de gelatina no Mercado Borough de Londres, mas o mercado recusou a solicitação. Através de diversas experiências da dupla na cozinha, em 2007 eles fundaram o estúdio Bompas&Parr. A inspiração surgiu das memórias culinárias da infância e pelo conhecimento de que a Inglaterra é famosa no mundo da gastronomia pela gelatina. Então, o alimento tornou-se um veículo para se envolver com a história, incitar um sentimento de nostalgia e brincar com as formas, cores e sabores da comida.
As origens dos fundadores desempenham um papel fundamental no posicionamento e na natureza da produção do estúdio. Harry Parr cursou arquitetura e aprendeu na graduação como fazer moldes de gelatina por prototipagem rápida, projetando e construindo objetos 3D, para criar os moldes iniciais de gelatina. As primeiras obras foram produzidas dessa forma, como por exemplo quando uma mesa de 14 metros de comprimento foi posicionada com centenas de gelatinas iluminadas individualmente e acionadas por um “mecanismo de oscilação” que fez tudo se mover. Com a participação de um coreógrafo e um artista visual, dançarinos foram convidados para uma performance, interpretando o som gravado das gelatinas se movendo na mesa.
Atualmente, o estúdio trabalha com marcas comerciais, instituições artísticas, clientes particulares e com governo britânico para oferecer experiências a uma ampla variedade de públicos. A empresa cresceu para uma equipe de 20 pessoas entre designers, cozinheiros, técnicos especializados, produtores, cineastas, cientistas, artistas e psicólogos. Os artistas trabalham para experimentar, desenvolver e produzir projetos, obras de arte e exposições, estudando os maiores espetáculos e momentos culinários do passado, desde os períodos medieval, renascentista, vitoriano e até a contemporaneidade.
A maioria das exposições realizadas envolvem experiências sinestésicas, ou seja, envolvendo a audição, olfato, tato, paladar e visão através da culinária. Em uma das exposições, a dupla criou um café da manhã na piscina, propondo que o público se imaginasse como “primos” de peixes, já que a relação entre esses animais e os humanos apresenta familiaridade. Segundo os artistas, alguns cientistas acreditam que nossas orelhas se desenvolveram a partir de fendas branquiais e nosso sangue tem a mesma proporção de sal que a água do mar. O café da manhã contou com um bar flutuante, um barman fantasiado de tritão, música subaquática e um cardápio criado pelo artista Tom Sewell.
A dupla também fundou o Museu Britânico da Alimentação, a primeira instituição cultural do mundo dedicada exclusivamente a comida e bebida, além de publicarem seis livros que exploram a relação da humanidade com a comida. Os artistas já realizaram exposições no Museu de Arte Moderna de São Francisco (SFMOMA), Museu de Arte Contemporânea Garage (OMA), Museu Victoria e Albert (V&A) e no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). Para conhecer mais sobre os artistas, você pode acessar o site oficial (http://bompasandparr.com/) e acompanhar pelo Instragram (@bompasandparr).
