As Feiras de Artesanato são tradição em diversas partes do mundo. Aqui no Brasil, elas tem um papel muito importante não só no desenvolvimento cultural, mas também econômico. Elas representam lugares de troca e de difusão de conhecimentos. Elas garantem uma unicidade que a produção industrial em grande escala não permite. Assim, é possível adquirir produtos específicos e tradicionais das mãos de quem os produziu – e conversar com essas pessoas. Para mim, a característica mais importante das feiras é o diálogo, é a história por trás do objeto, é a pessoa.
Normalmente, essas Feiras começam pequenas, com poucos expositores. No entanto, através do boca-a-boca, ganham espaço e cada vez mais barraquinhas ocupam a área. É o caso, por exemplo, da Feira Hippie de Ipanema. Ela teve origem em 1968 e, hoje em dia, é a maior da cidade do Rio de Janeiro. Teve início durante a ditadura militar e consistiu no encontro dos artistas Roberto de Sousa, José Carlos Nogueira da Gama, Holmes Neves, Guima e Hugo Bidet na Praça General Osório. Eles, então, colocavam suas produções em cangas e tecidos no chão na tentativa de ganhar dinheiro para poderem se divertir no bar da esquina por mais tempo. Com o passar dos anos, outros artistas e muitos mochileiros passaram a frequentar e a expor na Feira e o público foi crescendo.
Em 2011, a Feira Hippie de Ipanema foi tombada como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade do Rio de Janeiro. Dessa forma, ocorreu o reconhecimento oficial da sua importância pela produção de artesanato e obras de arte que preservam a memória da identidade brasileira. No entanto, o mesmo pode se dizer das demais Feiras de Artesanato que também colaboram para a preservação dos saberes que formaram a identidade brasileira.
