Tímidos e ousados, caóticos e ferozes, esses adjetivos sempre apareceram na vida e na obra de Clarice Lispector.
Como principal nome da tendência de intimidade da literatura brasileira, Clarice propõe uma jornada de consciência pessoal: a experiência interior passa para a vanguarda da criação literária, deixando o ambiente externo, as pessoas e suas condições sociais em segundo plano.
Por causa disso, Clarice Lispector acabou se tornando uma lenda da literatura do século 20, uma das mais famosas e importantes escritoras da literatura brasileira, não só no Brasil, mas em toda a literatura ocidental.
Selecionamos as melhores frases da Escritora, que merecem ser lembradas.
Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
E, antes de aprender a ser livre, tudo eu aguentava, só para não ser livre.
Sou uma mulher que sofre, como todas as pessoas do mundo, as mesmas dores e os mesmos anseios.
A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver.
Como é que se explica que meu maior medo seja exatamente em relação a: ser? E no entanto não há outro caminho?
A vida é para quem é corajoso o suficiente para se arriscar e humilde o bastante para aprender.
E, antes de aprender a ser livre, tudo eu aguentava, só para não ser livre.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.
“Meu tema é o instante? Meu tema é a vida.”
“Escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida.”
Clarice nasceu em Tchetchelnik em 10 de dezembro de 1920, uma pequena aldeia da Ucrânia. Sendo descendente de judeus, seus pais Pinkhas Lispector e Mania Krimgold Lispector, passaram os primeiros momentos de vida de Clarice fugindo da perseguição aos judeus, o antissemitismo, durante a Guerra Civil Russa (1918-1920).
Diante disso, ela chega ao Brasil em 1921, com apenas 2 meses de idade. O pai, mãe e três filhas desembarcaram em Maceió, dois anos depois mudam-se para Recife, onde todas menos uma das irmãs ganharam nomes brasileiros. A filha mais nova, Haya, passou a se chamar Clarice, foi uma das formas que seu pai encontrou de esconder toda sua família quando chegaram ao Brasil.
Foto de Capa: Ilustração de Clarice Lispector por Tom Vieira – Jornal da Usp