Panorama da obra de Wilma Martins no Paço Imperial (RJ)grátis

Exposição, com curadoria de Frederico Morais e Stefania Paiva, é a primeira desde o falecimento da artista, em 2022

Paço Imperial, RJ
Abertura: 28 de junho 2023, das 16h às 19h
Exposição: até 20 de agosto de 2023
Entrada gratuita
Curadoria: Frederico Morais e Stefania Paiva

Um panorama da importante e consistente obra da artista Wilma Martins (Belo Horizonte, 1934 – Rio de Janeiro, 2022) será apresentado a partir do dia 28 de junho no Paço Imperial, na exposição “Wilma Martins – Território da memória”, a primeira mostra póstuma da artista falecida no ano passado, aos 88 anos. Com curadoria de Frederico Morais, crítico de arte e marido da artista, e a historiadora da arte Stefania Paiva, que conviveu intensamente com Wilma nos seus últimos anos de vida, a mostra será composta por 37 obras, além de estudos, em um conjunto nunca antes reunido, incluindo trabalhos pouco conhecidos da artista, desde suas primeiras produções até a última. São gravuras, pinturas, desenhos e cadernos, que mostram a potência e as diversas facetas da obra de Wilma Martins.
“Contemplar sua obra é olhar para dentro da artista. E Wilma nos transporta para outros domínios, para impensáveis cenas, dessas que só aparecem nos delirantes sonhos. A seu modo, construiu um mundo com a riqueza do mistério, capaz de cativar até mesmo o mais desatento espectador. Sua delicada força está em tudo o que ela criou”, afirma Stefania Paiva, que assina a curadoria da exposição ao lado de
Frederico Morais.
A exposição apresentará desde os primeiros trabalhos da artista – pequenas gravuras da década de 1960 –, passando por xilogravuras maiores, pinturas e desenhos, chegando até a última obra feita por ela – “Dona Marta 24h” (2016), composta por 25 desenhos, que representam o Mirante Dona Marta, no Rio de Janeiro, em cada hora do dia e da noite, durante um período de 24 horas.


XILOGRAVURAS
No início dos anos 1960, Wilma Martins produziu gravuras em preto e branco, em pequenos formatos, que apresentam, sobretudo, um exercício de observação da fauna e da flora. Após esse período inicial, Wilma passa a elaborar gravuras em grandes formatos, com formas orgânicas e geométricas, criando cenas místicas, alegóricas, compostas de núcleos onde seres se misturam entre si. “Os temas que Wilma aborda em suas gravuras são aqueles que falam da condição feminina – fecundação, gravidez etc. Mas esses temas aparecem estranhamente mesclados com outros – frequentes na arte medieval, que é sempre religiosa. No entanto, ela não foi buscar essa iconografia nos vitrais coloridos, mas nos psautiers nos quais encontrou toda forma de arcaísmos, anacronismos, de capitulares e iniciais zoomórficas, assim como enorme variedade de tramas gráficas, formas cilíndricas, ovóides etc”, diz Frederico Morais.

SOBRE A ARTISTA

Wilma Martins Morais (Belo Horizonte, 1934 – Rio de Janeiro, 2022). Pintora, gravadora, desenhista, ilustradora, figurinista e diagramadora. Inicia seus estudos artísticos em 1953, em Belo Horizonte, tendo como professores os artistas Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), Franz Weissmann (1911-2005) e Misabel Pedrosa (1927). A primeira individual ocorre em 1960, na Biblioteca Thomas Jefferson do
Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos, em Belo Horizonte. Quando se muda para o Rio de Janeiro, em 1966, começa a trabalhar como diagramadora em revistas, e, à noite, dedica-se à xilogravura. No ano seguinte, expõe na Galeria Goeldi. Faz parte da Bienal Internacional de São Paulo em 1967, quando recebe o Prêmio Itamaraty pelo trabalho, e em 2016. Participa do Panorama de Arte Atual Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) em diferentes anos (1971, 1974, 1976), tendo
recebido, na última, o Prêmio Museu de Arte Moderna de São Paulo, na categoria pintura pela obra Cotidiano XVI, em que dois elefantes surgem em cena doméstica.

Serviço: “Wilma Martins – Território da memória” no Paço Imperial
Abertura: 28 de junho de 2023, das 16h às 19h
Exposição: até 20 de agosto de 2023
Paço Imperial
Praça XV de Novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Terça a domingo, das 12h às 18h.
Entrada gratuita

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