O roubo da America de Maurizio Cattelan

Maurizio Cattelan é um escultor conceitual italiano que nasceu em 1960 na cidade de Pádua. Ficou muito conhecido pelas sátiras e provocações em suas esculturas. Sendo assim, ele usa a expressão artística para reimaginar ícones culturais e propor novas leituras mais irreverentes e chocantes. É o caso, por exemplo, da obra “La Nona Ora”, feita em 1999, que representa o Papa João Paulo II atingido por um meteorito.

Em 2011, durante uma exposição de retrospectiva do artista no Museu Guggenheim, ele anunciou que se aposentaria do mundo da arte. No entanto, cerca de cinco anos depois, Maurizio Catellan reapareceu na mesma instituição com uma nova obra: America.

Pensa só: o escultor substituiu um vaso sanitário comum do Museu por outro, também totalmente funcional e fundido em ouro 18k. Portanto, a ideia de Catellan era que todos os visitantes tivessem a oportunidade de usufruir de algo que só seria possível para uma porcentagem mínima da população. Além disso, cada espectador poderia usar a obra de arte em um momento muito particular e individual. Assim, era a materialização do “American Dream”.

No final de 2019, a escultura, avaliada em 34 milhões de reais, estava em exposição no Palácio Blenheim, em Oxfordshire. Porém, na noite de abertura, a roubaram do espaço expositivo. Apesar de sete pessoas terem sido detidas, nenhuma acusação foi formalmente registrada e, portanto, até hoje não se sabe a identidade dos ladrões.

American Dream ou não, a privada mais chique da história de Cattelan segue desaparecida e, muito provavelmente, derretida.

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