Museu de Geociências da USP abre exposição: Os segredos dos meteoritos (grátis)

Museu de Geociências da USP apresenta ao público meteoritos e fotografias microscópicas, antes exclusivos da academia; exposição apresenta beleza microscópica das pedras que caem do céu

Um meteorito atravessa o espaço, cruza a atmosfera e chega ao solo terrestre, até que seja encontrado, catalogado e exposto em algum museu. Para saber sua origem e composição, há uma técnica precisa: colocados em placas de vidro, alguns minerais são polidos até uma espessura mínima de 30 micrômetros (milésimo de milímetro) que, desta forma, são transparentes à luz.

Com a ajuda de tecnologia microscópica, cientistas conseguiram determinar a natureza cósmica dos meteoritos. “Será que eles ajudam a responder como, então, se formaram os planetas e o sistema solar? Essa é a principal contribuição que os meteoritos trazem para a ciência”, afirma Gaston Eduardo Enrich Rojas, professor do Instituto de Geociências (IGc) da USP e curador da exposição Os Segredos dos Meteoritos: um mundo microscópico revelado. Inaugurada no início deste mês no saguão do IGc, a exposição quer divulgar a pesquisa sobre meteoritos, sua importância e a visão que os cientistas têm destes fragmentos minerais.

A mostra traz 20 painéis fotográficos, com imagens de lâminas de vários tipos de meteoritos, muitos deles brasileiros. As lâminas são essas “fatias” muito finas de rochas, que possibilitam aos pesquisadores estudar corpos extraterrestres no microscópio e descobrir mais sobre a formação do nosso planeta.

De acordo com Rojas, a exposição foi organizada para explicar a formação do sistema solar e de que maneira os meteoritos ajudam a entender sua história. “Também mostrar essa visão diferente, que antes era exclusiva dos cientistas, e que nós queremos que seja do público como um todo”, disse durante o lançamento.

A exposição apresenta uma variedade de minerais e técnicas diferentes para análise. Meteoritos metálicos, por exemplo, são opacos e a luz não consegue atravessá-los. Nestes casos, a análise é feita por reflexão e mostra os grãos minerais contornados pela liga metálica. O resultado final é um mosaico de imagens feitas em muitas horas de imageamento microscópico, traduzido em fotografias.

Alguns dos meteoritos que originaram as lâminas e os painéis fotográficos estão permanentemente no Museu de Geociências da USP e ficarão exibidos em uma vitrine da exposição localizada dentro do museu. Além de vitrines e outras peças do acervo, estão em cartaz no Museu de Geociências da USP as exposições Fósseis do Araripe e Areias.

Há ainda 17 audioguias e uma área em homenagem ao professor Celso de Barros Gomes, pioneiro no estudo de meteoritos do instituto. “Mas, principalmente, ele foi pioneiro no desenvolvimento dos laboratórios analíticos na pesquisa da meteorítica no Brasil”, explica Rojas.

Os meteoritos são um fragmento resultante de material rochoso ou ferroso extraterrestre que alcança o chão após atravessar a atmosfera terrestre. Vindos de um espaço não tão vazio assim, estima-se que 5.200 toneladas de poeira espacial caiam em nosso planeta em forma de micrometeoritos, e cerca de 10 toneladas de meteoritos.

A exposição é uma parceria entre os institutos de Geociências e de Química da USP e a Universidade Presbiteriana Mackenzie. O acervo de meteoritos utilizados na exposição compõe as coleções do Museu de Geociências da USP, do Centro Histórico e Cultural do Mackenzie e de coleções particulares.

A mostra fica no saguão do Instituto de Geociências da USP, de 7 de abril a 9 de dezembro de 2022.

Os Segredos dos Meteoritos: um mundo microscópico revelado
Exposição em cartaz no Instituto de Geociências da USP
Rua do Lago, 562 – Butantã, São Paulo / SP
De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 16h às 18h

Texto, fonte e Foto: Museu de Geociências

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