Movimentos na Semana de 22 – Quem estava lá?

A Semana de Arte Moderna de 1922 ou Semana de 22, promoveu uma revolução na Arte!
Porém, está muito enganado quem pensa que essas mudanças aconteceram só nas artes visuais! A literatura, música, escultura e arquitetura também se renovaram!

Continue lendo e conheça um pouco mais sobre cada uma dessas áreas!

A Literatura


A literatura esteve bastante presente na Semana de 22. Graça Aranha, que já era um aclamado escritor e intelectual brasileiro, abriu o festival, no dia 13 de fevereiro, com a conferência intitulada “A emoção estética da arte moderna”, além de declamar
Guilherme de Almeida e Ronald de Carvalho. Enquanto falava, era acompanhado pelas músicas do maestro Ernani Braga.
Ronald de Carvalho palestrou sobre “A pintura e a escultura moderna no Brasil”, acompanhado por três solos de piano de Ernani Braga e três sinfonias de Villa-Lobos, intituladas “Danças Africanas nº 1, 2, 3”.

O dia 15 de fevereiro foi considerado o mais escandaloso de todos! A nova literatura apresentada deixou o público alardeado. Mário de Andrade palestrou sobre a defesa do ‘abrasileiramento’ da língua portuguesa, complementado por Menotti del Picchia que também falou sobre a estética moderna. O poeta Ronald de Carvalho também participou no dia quinze, e leu o famoso poema “Os Sapos”, de autoria de Manuel Bandeira (que na época passava por uma crise de tuberculose). O movimento modernista era sabidamente crítico aos molde do classicismo e academicismo, nesse poema em específico há uma grande crítica aos artistas parnasianos.

Mário de Andrade também fez uma pequena fala, porém, o fez na escadaria interna do Theatro Municipal de São Paulo. Anos depois o escritor comentou na obra “O Movimento Modernista” que proferiu a palestra cercado por estranhos que caçoavam e o ofendiam. A confusão só foi se apaziguar com os números finais do dia: a dança de Yvonne Daumerie e o concerto de piano de Guiomar Novaes. Na época, a literatura e a poesia, em especial, eram extremamente valorizados e, por isso, foram os campos que trouxeram o maior descontentamento do público.

A Música

Enquanto os literatos e artistas plásticos buscavam uma revolução, um protesto, ao invés de uma apresentação, os músicos ofereciam shows, de fato. Mesmo Villa Lobos tendo de certa forma “escandalizado” mostrando uma música moderna, este foi o único entre os demais músicos que conseguiu (findando a semana de 22) se caracterizar como um dos maiores musicistas brasileiros.
Podemos citar outros participantes da música da semana de 22 como: Guiomar Novaes, Ernâni Braga, Fructuoso de Lima Vianna, Lucília G. Villa-Lobos, George Marinuzzi, entre vários outros. Segundo Frederico Oliveira Coelho: “O principal legado musical deixado pela geração que participou da Semana foi a abertura do pensamento cultural brasileiro para as novas informações estéticas que circulavam no mundo e, ao mesmo tempo, a articulação dessas novas informações com uma musicalidade ligada aos valores do território nacional, ditas populares, seja no âmbito rural, seja no âmbito urbano”.

A Escultura

Vittorio Breheret ou Victor Brecheret (nome pelo qual ficou conhecido após se naturalizar brasileiro) foi o principal responsável pela iniciação da escultura brasileira no movimento modernista internacional, tendo sido ‘O escultor’ do grupo modernista e um dos principais contribuintes para a Semana de 22. Ele é o autor da maquete do Monumento às Bandeiras, 1920, e de mais outras 12 peças expostas na Semana (entre elas, Cabeça de Cristo, Daisy e Torso). Outros escultores que participaram do evento são: Hildegardo Velloso e W. Haarberg.

A Arquitetura

Infelizmente, a Semana de 22 pouco influenciou na arquitetura. O evento contou apenas com a presença de dois arquitetos: o espanhol Antonio Garcia Moya e o polonês Georg Przyrembel. As obras apresentadas por Moya (nenhuma maquete ou construção, apenas desenhos) tinham influência híbrida, tendo inspiração pré-colombiana e estilizações de motivos indígenas. Przyrembel após a Semana de 22 nem mesmo manteve contato com o grupo modernista, tendo apresentado no evento desenhos coloniais com tendências francesas.


Foi só em 1925, que foram escritos e publicados os primeiros artigos relacionando a arquitetura ao modernismo de 22 , claro que com grande influência das vanguardas européias. Um dos grandes nomes dessa ‘nova arquitetura’, Le Corbusier, veio a São Paulo e ao Rio de Janeiro em 1929. Grandes arquitetos brasileiros que expuseram o modernismo em suas obras são: Gregori Warchavchik (naturalizado brasileiro), Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Lina Bo Bardi e o paisagista Burle Marx.

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