Gyotaku: a estampagem de peixes japonesa

Criado há mais de 100 anos pescadores japoneses, Gyotaku (Gyo = peixe | taku = impressão) teria o objetivo de registrar as espécies mais marcantes que encontravam em estampagem. Há indícios de que utilizavam, inclusive, como elemento de competição entre eles para definir quem havia encontrado o maior deles.

A impressão, tradicionalmente, realiza-se com duas folhas de papel de arroz pressionando o peixe coberto de tinta sumi-e, uma substância não-tóxica que permitia que a estampagem fosse feita e que os animais pudessem ser soltos novamente depois ou limpos para venda.

Com o passar dos anos, a estratégia do Gyotaku que teve início apenas para registro foi ganhando mais detalhes e acabou se tornando uma técnica artística atingindo seu auge por volta do período Edo.

Atualmente, a técnica se divide em três alternativas:

Chokusetsu-ho ou método direto

É o que mais se assemelha ao tradicional. Pinta-se o peixe e pressiona-se a folha de papel de arroz ou de algodão umedecida sobre ele com as mãos. O resultado é uma estampagem espelhada e, além disso, os detalhes, como os olhos, são feitos posteriormente.

Kansetsu-ho ou método indireto

Aplica-se um tecido ou papel úmido sobre o peixe, normalmente, com auxílio da pasta de arroz. Em seguida, o artista aplica a tinta por cima do tecido com uma espécie de boneca, como a que costumamos usar para envernizar madeira. Nessa técnica, portanto, os olhos também são pintados posteriormente mas, diferente da anterior, a estampagem não é espelhada.

Tensha-ho ou método de transferência

É a técnica menos conhecida; foi criada com o intuito de fazer a estampagem em suportes mais duros como madeira, plástico ou couro. Assim como no método direto, o peixe é limpo e pintado. No entanto, coloca-se sobre ele uma folha de polietileno ou de nylon para a qual a estampagem é transferida e, daí, é aplicada em outros suportes.

Atualmente, o Gyotaku é considerado uma das expressões de arte popular japonesa e muitos acreditam que as estampagens trazem boa sorte para os que as realizam. O mais interessante é que não há duas estampagens iguais: todas são únicas.

Fontes:

Gyotaku: A antiga arte japonesa de estampar peixes — K. Erica Dodge

What is Gyotaku?

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