A Memória da Eletricidade lança nesta segunda-feira, dia 27, em uma edição digital, o livro Semana de 22: presente, passado, futuro, em que estão reunidas as transcrições de dez das 28 lives realizadas no ano passado sobre a Semana de Arte Moderna, sob curadoria do jornalista e crítico musical João Marcos Coelho.
A lista de entrevistados é composta por Livio Tragtenberg, Flavia Toni, Eduardo Jardim, Fred Coelho, Silviano Santiago, Milton Lahuerta, Rafael Cardoso, Fabiana Cozza, Júlio Medaglia e Teixeira Coelho.
“De Silviano Santiago a Teixeira Coelho, buscamos criar um itinerário que nos provoca, choca e, acima de tudo, nos ensina a manter, como os modernistas de 1922, os olhos bem abertos para os próximos cem anos”, afirma João Marcos Coelho na apresentação.
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O livro começa com Tragtenberg e Toni relembrando os principais momentos da semana. Biógrafo de Mário de Andrade, Eduardo Jardim vem em seguida e trata dos frutos do exílio de Mário de Andrade no Rio de Janeiro entre o final da década de 1930 e o início dos anos 1940. Autor de Semana sem fim, Fred Coelho mostra as várias construções ideológicas que se fizeram da Semana originária de 1922 nas décadas posteriores até o presente.
Silviano Santiago leva o leitor por uma viagem pela poesia e pela literatura no pós-Semana de 22, partindo de uma análise da década de 1940, “uma década cuja história está comprometida com o desconhecimento”.
Milton Lahuerta, professor titular de Ciência Política da Unesp-Araraquara, aborda o conceito de intelectual público no Brasil. Rafael Cardoso, autor de Modernidade em preto e branco, faz referências não somente a disparidades raciais como também a tensões entre a cultura de elite e uma incipiente cultura de massa que encontrou expressão em mídias como fotografia e artes gráficas.
O racismo estrutural é um dos temas da conversa com a cantora Fabiana Cozza. Já Júlio Medaglia relembra sua história familiar e seu trabalho como músico, participando de diferentes momentos da história cultural do país.
O livro se encerra com a conversa entre João Marcos Coelho e Teixeira Coelho, crítico de arte, professor titular da USP e ex-curador do Museu de Arte Contemporânea da USP e também do MASP.
Para ele, a melhor maneira de celebrar os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 é esquecê-la.
“Em vez de lembrar de 22 o negócio é preparar a Semana de 2025, de 2030, porque senão não vai dar tempo. A política cultural no Brasil lança âncoras por toda parte e depois não consegue concretizá-las. Ter um barbante que te ligue ao passado, tudo bem. Este barbante impede o balão, por exemplo, de subir ao céu e se perder por lá. O barbante pode ser útil, mas não uma âncora. Quando você pensa, a primeira coisa em que você pensa é no futuro. Você só pensa no passado depois que… já passou”, afirma Teixeira Coelho.
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Redação: Revista Concerto