CULTURA DOS VAQUEIROS: SABERES E TRADIÇÃO EM SERRITA

Fonte: Arquivo pessoal do vaqueiro Macieldo Lavor (Chico Artur), 2020

Localizada na região do sertão central de Pernambuco, as terras onde atualmente se localiza a cidade de Serrita, recebeu seus primeiros habitantes em finais do século XIX, primeiramente chamada de Serrinha, devido às proximidades de uma pequena serra; meio século depois sendo denominada Serrita. De acordo com dados do (IBGE/IPEA, 2010) conta com uma população de aproximadamente 18.331 habitantes.

            O município composto pela vegetação da caatinga, desenvolveu-se culturalmente pelo cultivo agrícola e a criação de rebanhos de gado, que já no século seguinte possibilitou destacar-se como “capital do vaqueiro” tendo como principal ponto turístico a estátua de Raimundo jacó e o Parque nacional do vaqueiro, ambos localizado no sítio Lajes, zona rural deste município.

            Dentre as práticas culturais, os saberes e os modos de fazer nesta região, temos: A festa do vaqueiro Raimundo Jacó, a vaquejada, as pegas de boi no mato e a confecção artesanal das indumentárias de couro para proteger e auxiliar os vaqueiros, bem como, os arreios para os cavalos. Esta tradição cultural atrai um grande público, instiga o setor religioso, político e econômico local. Nota-se que as pessoas principalmente os grupos dos vaqueiros tem forte sentidos e sentimentos para com esses eventos culturais. O jovem Macieldo de Lavor, vaqueiro desde a infância, pontuou suas reflexões acerca das festividades de Serrita:

É importante, já virou tradição e vem reunindo muitos vaqueiros. É importante estar presente para representar a classe vaqueira e também a nossa família, essa profissão já vem da origem do meu avô, passou pra meu pai e eu também tô continuando, e gosto muito de ser vaqueiro.

            É perceptível que as práticas culturais do município de Serrita-PE são vistas como tradição e representa de fato a Cultura dos vaqueiros. Percebe-se ainda que na família Lavor a tradição vem se manifestando há três gerações, passando os costumes de pais para filhos, onde o mesmo tem orgulho em dizer que a família se sente representada e que pertecem ao grupo dos vaqueiros.

Macieldo de Lavor, 24 anos, vaqueiro e agricultor, reside no sítio Bezerro. Entrevista cedida a Cícera Luziana de Morais Pinheiro em: 04 de abril de 2016.

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