O projeto do Edifício Copan teve origem na década de 50. Na ocasião, em comemoração ao aniversário de 400 anos da cidade de São Paulo, a Companhia Pan-americana de Hotéis encomendou o projeto ao escritório do arquiteto Oscar Niemeyer. Com inspiração no Rockfeller Center, em Nova Iorque, o Copan reuniria um centro comercial e áreas residenciais. No entanto, o diferencial estaria na sua estrutura. A fim de destaca-lo em meio ao espaço urbano monótono, Niemeyer projetou um edifício com base em curvas.
“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível… o que me atrai é uma curva livre e sensual”
Oscar Niemeyer, 1998 (Fonte: Site oficial do Copan)
Apesar disso, em 1954, ano do aniversário, a empreitada ainda não havia sido inaugurada. Na época, o governo federal fechou o Banco Nacional de Investimentos, responsável pelo repasse financeiro da obra e, assim, a construção parou por três anos. Depois, o Bradesco reassumiu o projeto. No entanto, fizeram algumas mudanças no projeto, principalmente na área interna, que desagradaram Niemeyer. Então, o arquiteto abandonou o projeto e este passou para as mãos de outro profissional, Carlos Lemos. A inauguração do Copan só ocorreu mesmo em 1966, mais de dez anos depois do previsto.
No projeto original, o Copan teria um edifício residencial com 30 andares e um hotel com 600 apartamentos. Além disso, contaria também com cinema, garagem, lojas e teatro. Assim, os dois prédios teriam ligação por uma marquise. No entanto, apenas um dos edifícios foi efetivamente concluído.
As fases do Copan até a patrimonialização
O Edifício Copan já passou por algumas fases. Logo após sua construção, era considerado um símbolo modernista de São Paulo. No entanto, com a decadência do centro da cidade, passou a ser visto como um gigantesco “cortiço”. Essa fama só desapareceu na segunda metade da década de 80, com a revitalização do entorno. A reforma passou a atrair novos moradores, o que contribuiu para a transformação do Copan na referência que é hoje. Em 2012, aliás, o Copan tornou-se patrimônio cultural pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo).
Ao todo, são 1160 apartamentos que se dividem em blocos. Entre eles, há espaços de diversos tamanhos e plantas: desde quitinetes até residências de três cômodos. O mesmo ocorre nas áreas comerciais. É possível ver de pequenas gráficas até restaurantes de luxo! Além dos apartamentos, o Copan abriga setenta e duas lojas e um cinema. Além disso, conta com vinte elevadores e 221 vagas no subsolo.
Uma das característica mais marcantes do edifício é a brise-soleil. A pequena estrutura oferece proteção solar e conforto térmico, além de realçar a fachada ondulada. Esse recurso está presente em outros projetos de Niemeyer, como no Edifício Montreal. No entanto, atualmente, o brise-soleil é o que os moradores mais reclamam sobre o espaço. Isso se deve a dificuldade de manutenção da estrutura que é difícil de ser limpa e substituída.
O Copan é uma das maiores estruturas em concreto armado do país. Dessa forma, abriga 120.000 metros quadrados construídos e possui 115 metros de altura. O Edifício é tão grande que ele possui um CEP próprio!
Caso queira conhecer, é possível realizar uma visita guiada no edifício de segunda a sexta, às 10:30h e às 15:30h. Para participar, vá ao bloco F cerca de 15 minutos antes do horário de início. Assim, você poderá ter uma vista panorâmica da cidade e ainda ver se perto a arquitetura do Copan.