Uma das pinturas da artista mexicana Frida Kahlo tornou-se a obra de arte latino americana mais cara já arrematada em um leilão da Sotheby’s. Assim, o comprador foi o argentino Eduardo Constantini, que pagou o equivalente a quase R$193 milhões. Até então, a obra que tinha esse título era da obra “The Rivals” do muralista Diego Rivera, marido de Frida e com quem teve uma relação bastante turbulenta.
Aliás, o autoretrato arrematado se chama “Diego y yo”. Está pintura data de 1949 e consiste da forma de expressar a raiva que a pintora sentia por uma suposta traição do marido – uma de muitas. A fotógrafa Florence Arquin comprou o retrato quando este ainda era um esboço e mostrava Frida com adornos de flores e fitas na cabeça. No entanto, ao finalizar, apresentava uma Frida chorando, com os cabelos enrolados no pescoço como se a enforcassem. Além disso, Diego aparece em sua testa – essa representação é comum nas suas obras, uma indicação de que ele estava sempre presente em seus pensamentos.
Frida Kahlo é muito conhecida por seus autorretratos, mas, principalmente, pelas emoções que consegue imprimir e explorar em suas pinturas. A solidão, a desesperança, a dor estão nas feições que a artista coloca em cores. Sendo assim, não se inclui em nenhum estilo de maneira definitiva; ela criou o seu próprio. Frida Kahlo passou por diversas experiências traumáticas, mas transformou-as em intensidade tanto de cor, quanto de emoção. Além disso, conheceu e se relacionou com figuras muito marcantes do século XX, como Pablo Neruda, Marcel Duchamp e Henry Ford, por exemplo. Sendo assim, sua pintura é um misto de experiências e interpretações, folclore popular e realidade; é, portanto, uma originalidade que só Frida conseguiu alcançar.
Foto de capa: Brazil Journal