Quantas mulheres estão presentes nas paredes dos museus como figuras? E quantas estão como autoras? A história da arte é pautada nas produções masculinas e no olhar dos homens sobre a arte. Isso faz com que, muitas vezes, pareça que não tinham mulheres produzindo e pensando a arte também naqueles períodos. No entanto, o que não faltam são exemplos de mulheres que tiveram suas obras de arte apresentadas com autoria de homens, como é representado no filme “Grandes Olhos”. Há também as que tiveram sua arte desmerecida pelo gênero. Ou, ainda, outras que ficaram mais conhecidas como uma figura dentro da moldura do que como artista como Berthe Morisot e Suzanne Valadon, por exemplo.
Destas, vamos destacar Suzanne Valadon. Ela nasceu em uma família francesa muito carente em 1865. Ainda jovem, se juntou ao circo. No entanto, devido a um acidente no trapézio, deixou-o de lado e começou a trabalhar como modelo para pintores e, em pouco tempo, estava posando para grandes nomes da Belle Époque parisiense.
Nesse contexto, em 1883, entrou em contato com Pierre-Auguste Renoir e Henri de Toulouse-Lautrec. Este, inclusive, foi a primeira pessoa a conhecer os primeiros desenhos e pinturas de Valadon e, assim, a incentivá-la a investir na carreira. Assim, suas pinturas representavam mulheres independentes, corajosas e com traços fortes e, seguinte essas mesmas características, tornou-se a primeira mulher com reconhecimento em galerias de arte da época.
Galeria de obras de Suzanne Valadon
Apesar de a conhecermos como “a modelo de Renoir e Toulouse-Lautrec”, sua produção artística era de uma irreverência e talento impressionantes. A independência e coragem de Suzanne Valadon se mantiveram presentes até o fim de sua vida. Aliás, aos 67 anos, pintou um autorretrato vestindo apenas um colar de pérolas: um símbolo da feminilidade sobre uma mulher tenaz em sua própria pele.
Foto de Capa: Foto: © Bettman / Corbis. – Reprodução do site: nuvomagazine