Diferentemente do Cavalo-Marinho aquático, este mora no chão de terra batido. É uma brincadeira popular muito difundida no Nordeste brasileiro. Apesar de ter nascido no norte de Pernambuco e no sul da Paraíba, já é vista em toda a Região Metropolitana de Recife e de João Pessoa. A apresentação ocorre de junho a janeiro, se encerrando no Dia de Reis.
Sua origem remonta aos engenhos de cana-de-açucar e a tradição passou de geração em geração através da história oral. O Cavalo-Marinho funciona como um teatro popular. As frações do cotidiano das pessoas das comunidades são apresentadas pela poesia, pela música, pela dança e pelas fantasias.
Algumas características da brincadeira…
Na brincadeira, uma das únicas características que se mantém é a formação em semicírculo dos participantes. Ela está em constante transformação, com novos elementos entrando e outros saindo. Na medida em que as histórias mudam, o mesmo acontece com os personagens e os objetos. Além disso, se organiza a partir de setenta e seis personagens que se dividem em três principais categorias: animais, humanos e seres fantásticos. A música, por outro lado, fica a cargo do banco: conjunto de rabeca, pandeiro, reco-reco e ganzá.
O Cavalo-Marinho entrou no Livro de Registro de Formas de Expressão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2014. No entanto, o valor patrimonial da brincadeira está, justamente, na sua capacidade de existir nas mudanças. É, portanto, uma referência de temporalidades, espacialidades, identidades e elementos culturais brasileiros que se mantiveram e que também se transformaram.
Foto de Capa: Diario de Pernambuco