Serpente de 100 milhões de anos foi encontrada em Mianmar

Encontrar fósseis preservados é muito mais difícil do que a gente pode imaginar. Então, quando isso acontece, é uma grande oportunidade para os pesquisadores poderem investigar, ainda mais quando o achado é algo que, até então, não era considerado possível.

Os mercados de âmbar são muito comuns em algumas partes da Ásia e estudiosos já encontraram caudas de dinossauros e filhotes de pássaros nesses locais. No entanto, o pesquisador chinês Lida Xing encontrou, pela primeira vez, uma serpente, em Mianmar. Um dos vendedores encontrou um vestígio de pele que achou ser de crocodilo. Enquanto isso, outro encontrou um fóssil em um pedaço de âmbar, mas, por estar sem a cabeça, pensou que se tratava de uma centopeia. Somente após uma análise mais detalhada é que identificaram os ossos da serpente. Esta espécie, então, passou a se chamar Xiaophis myanmarensis (ou cobra-da-aurora-de-Mianmar) e acreditam que entrou em extinção há 99 milhões de anos.. Ainda não há evidências de que os dois fósseis correspondem a mesma espécie.

A cobra bebê viveu nas florestas de Mianmar durante o período Cretáceo. Ela foi batizada como Xiaophis myanmarensis, ou cobra-da-aurora-de-Mianmar. — Foto: Ming BAI/Academia Chinesa de Ciências
Foto: Ming BAI/Academia Chinesa de Ciências

A serpente-bebê de Mianmar

Porém, junto com esses dois fósseis, os estudiosos encontraram vestígios de plantas e insetos. Isso é um indício de que o animal vivia na floresta e esta é a primeira evidência de que serpentes viviam em florestas no Período Cretáceo, entre 145 milhões a 66 milhões de anos atrás. Essa conclusão foi possível devido às características do próprio âmbar. Ele é uma resina vegetal oriunda das árvores e, portanto, estaria próximo delas. Além disso, funciona como uma “super cola”: gruda em todas as coisas que encosta e as preserva como se fosse dentro de um plástico.

Outra descoberta é que a espinha dorsal de uma serpente mudou pouco em 100 milhões de anos. Através de raios-x, os pesquisadores identificaram cerca de 97 vértebras e as costelas – e elas são muito semelhantes às vistas hoje em dia.

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