Sebá Tapajós é um artista grafiteiro de Belém, no Pará, filho do violonista Sebastião Tapajós que faleceu no ano passado. Assim, desde novo esteve em contato com as artes, no entanto o que escolheu como forma de expressão foram, principalmente, as cores e a maneira como ele as apreendia sendo daltônico. Além disso, sua origem também teve grande influência na produção artística. Além da cor, o movimento também é elemento central em uma referência aos rios que cortam o Estado. Em entrevista ao G1, Sebá contou sobre o seu processo artístico tão colorido em meio ao daltonismo:
“Na época da escola, minha família me ajudou botando os nomes nos lápis de cor. E eu pinto lendo. A escola da arte hoje te permite esse leque de possibilidades. Preu poder trabalhar com meu daltonismo sem essa restrição. Posso pintar o céu de amarelo ou o dente de azul, por exemplo”
Sebá Tapajós para G1
Street River Amazonia de Sebá
Em 2015, Seba Tapajós encabeçou um novo projeto que pretendia levar as cores e os movimentos para Igarapé Combu. A comunidade fica a apenas 20 minutos de barco de Belém, mas está muito mais distante do que isso em questões de políticas públicas. Assim, a região carece de saneamento básico, água potável e postos de saúde, por exemplo. Então, numa tentativa de tornar a região vista pelo poder público, Sebá a transformou em uma “galeria fluvial”, a primeira do mundo.
As fachadas das casas ribeirinhas passaram a expor grafites que representam elementos marcantes da cultura local. Os frutos, os peixes, os pássaros e a flora ganharam novas cores, formas e espaços. Porém nem só de cores o projeto foi feito! Instalaram, ainda, placas de energia solar em duas creches e filtros purificadores de água nas casas, por exemplo. Além de Sebá Tapajós, outros dez artistas brasileiros também já participaram do projeto: Amorinha, Anderson Ghasp, Auá, Kadois, Luiz Júnior, Mama Quila, Moka, Pati Rigon, Robson Sark e Thiago Nevs.
Atualmente, já foram realizadas mais quatro edições do projeto, intitulado “Street River Amazonia”. A cada edição, mais pessoas participaram, mais casas foram pintadas e, assim, foi se tornando cada vez mais estruturado. Em 2022, por exemplo, ofereceram cinco oficinas artísticas para alunos ribeirinhos e professores da rede pública de ensino da região.
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Foto de Capa: Vice