
A pintora impressionista Berthe Morisot nasceu em 1841 na cidade de Bourges, na França. Era a terceira filha de quatro irmãos de uma família burguesa francesa. Recebeu uma educação muito sofisticada para os padrões da época. Sendo assim, desde jovem teve contato com a música, a literatura e a arte. Desde as primeiras aulas de pintura, inclusive, demonstrou ter muito talento e a família a incentivou a continuar.
Em 1868, enquanto treinava nos salões do Museu do Louvre, a pintora conheceu Édouard Manet por intermédio de Henri Fantin-Latour. Manet então tinha grande renome, mas era seguido pelos escândalos sobre as suas obras que iam contra a “moral” da época. No entanto, enquanto Berthe admirava os talentos artísticos de Manet, ele admirava sua beleza e lamentava que fosse mulher pintando da maneira como pintava.
Sendo assim, Manet encarava Berthe como modelo, “musa inspiradora”, não como artista. Assim, convidou-a a posar para alguns de deus quadros. Contrariando o que se esperava das moças da época, a pintora aceita o convite e entra no universo dos artistas e das pinturas impressionistas de cabeça, que acompanhavam o espírito livre e a boêmia.
“Eu creio que jamais tenha havido um homem que tratasse uma mulher de igual pra igual, e isso é tudo o que eu teria pedido, pois eu sei que o valho.” (Berthe Morisot)
Depois de muito relutar contra o matrimônio, em 1933, a pintora aceita o pedido de casamento de Eugène Manet, irmão de Édouard. Apesar disso, segue questionando as tradições. Dessa forma, Eugène fica responsável pela gestão da casa enquanto Berthe é a figura pública que sai para trabalhar – e pintar, muitas vezes, tendo o marido como “muso inspirador”.
Portanto, é preciso pensar Berthe Morisot para além dos retratos de Manet. As camadas da pintora foram muito além das sobrepostas pelo artista. Elas alcançaram questionamentos e críticas sociais muito importantes para as mulheres do período e, por que não?, do próprio Impressionismo.
A bordo do iate, 1875 Depois do café da manhã, 1881 Eugene Manet e sua filha no jardim de Bougival, 1881 Lendo com chapéu verde, 1873 Na sala de jantar, 1875 Jeannie Gobillard, 1894 Na frente do espelho, sem data Jovem sobre os cotovelos, 1894
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