Quem tem direito à memória?
A chegada da fotografia ao Brasil, na segunda metade do século 19, tornou exclusiva às famílias brancas que aqui residiam a importação de um costume da burguesia europeia: os álbuns de família. Considerado um dos arquivos domésticos mais importantes com o qual o século 20 cresceu, é também dessa época que datam os primeiros registros fotográficos da população negra. A partir de referenciais teóricos e artísticos, a palestra discutirá a noção de álbum de família como “arquivo branco”: um arquivo em que, no Brasil, o direito à memória foi historicamente negado às pessoas marcadas pela experiência de raça, da pobreza e da dissidência de gênero e/ou sexualidade.
Em sua pesquisa, Rodrigo Lopes, elabora a noção de álbum como “arquivo branco” a fim de evidenciar as marcas da colonização em arquivos familiares brasileiros. Doutorando e mestre em Arte e Educação pela UNESP (bolsa Capes-DS) e graduação em Comunicação Social pela UFC. Coordena o LAC – Laboratório de Arte Contemporânea. Desde 2018, realiza projetos com arte e educação em instituições como MAC Dragão, Museu Murillo La Greca, CCSP, Sesc, IAC – Instituto de Arte Contemporânea, Hussel Museum of Art (Nova York), SAVVY Contemporary (Berlim), EAV Parque Lage, Fundação Bienal e Pinacoteca do Ceará.
Palestra “Álbum de família: um arquivo branco na arte contemporânea”, com o artista, arte/educador e designer Rodrigo Lopes, acontece no dia 28/11, das 20h às 21h.
Essa atividade é gratuita e não precisa de inscrição prévia, mas estamos sujeitos a lotação.
O Festival Arquivo Aberto 2024 acontece nos dias 28, 29 e 30/11, aqui no AHM. Praça Cel. Fernando Prestes, 152, bem pertinho da estação de metrô Tiradentes (Linha 1 – Azul).
Fique ligado, pois em breve teremos a programação completa no site oficial do Festival.
A arte que compõem a divulgação dessa palestra é uma obra chamada “Reintegração de leite”, de 2019, da artista Eliana Amorim.
Fonte, foto e Texto: Arquivo Histórico de SP