Um dos estudos mais relevantes para a etnologia e para a história é a arqueologia, que consiste na pesquisa, coleta e análise de materiais produzidos pelo ser humano no decorrer de sua existência. Ou seja, a arqueologia estuda todos os vestígios humanos, desde uma pegada quase invisível até os enormes zigurates mesopotâmicos. Isto se dá a partir do estabelecimento de sítios arqueológicos, que são locais onde há evidência de habitação de povos antigos.
No Brasil, a espécie humana está presente há muito tempo. Antes mesmo da chegada das caravelas europeias, inúmeras sociedades se formaram a partir da chegada dos pioneiros que cruzaram continentes e aqui chegaram. Houve o desenvolvimento de povos de características tribais, como é o caso das várias nações indígenas que originaram as etnias hoje tão ativas na luta pelo seu direito de existir. Logo, é claro que a população americana precede por muitos séculos a chegada dos colonizadores europeus. Só no centro-oeste, foram encontrados vestígios humanos que datam desde a transição entre as épocas Pleistoceno/Holoceno, há cerca de 11 mil anos.
A partir de pinturas, pegadas, fogueiras, cerâmicas, objetos de pedra e demais ferramentas de produção humana que foram preservados pelo tempo, foi possível remontar muitas das características que definiam antigos povos brasileiros, dando luz à uma história que carece de escrituras, a denominada, pré-história ou idade da pedra. É assim que a arqueologia trabalha, analisando cada detalhe da existência humana, considerando todos os aspectos que podem influenciar no seu desenvolvimento e como o passado se transformou no presente que conhecemos.
Uma sociedade que se destaca no estudo arqueológico brasileiro são os habitantes dos sambaquis. Essa cultura, de características tribais, pelo que se sabe, vivia da pesca, caça e coleta, entre 9 e 10 mil anos atrás, no litoral brasileiro. O que mais chama atenção nesse povo é o fato de terem construído enormes montanhas de conchas, ossos e outros restos alimentares. Nessas montanhas, que eram utilizadas como habitação e fortaleza, também foram encontrados ossadas, sugerindo a ocorrência de sepultamentos nos sambaquis, surgindo a possibilidade dos grandes montes terem sido, também, de caráter religioso.
No Museu das Culturas Dom Bosco é possível encontrar em exposição vários objetos de estudo arqueológico, desde pontas de flecha minúsculas até as enormes urnas funerárias fabricadas a partir de cerâmica. Além da exposição de arqueologia, toda a coleção etnológica do museu comprova a importância dos estudos arqueológicos e culturais. Apesar de estarmos fechados devido à pandemia, é possível acompanhar e visitar o museu utilizando nossas redes sociais ou entrando em contato conosco pelo número (67) 3312-3903.
Texto de Matheus Mota
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