Todos sabemos que dia 15 de outubro é dia do professor. Mas você sabe quem criou essa comemoração? Foi Antonieta de Barros. Ela foi a primeira parlamentar negra do Brasil, eleita em 1934 como deputada estadual de Santa Catarina. Além disso, foi também uma das três primeiras mulheres a conseguirem se eleger.
Inclusive, Antonieta e Bertha Lutz trocaram diversas cartas ao longo da década de 30 sobre o direito ao voto feminino. Bertha é muito conhecida no meio museal e museológico pelas suas pesquisas sobre a função educativa dos museus. No entanto, teve também importante participação no ativismo político feminista e no campo científico.
A política, a educação e o jornalismo
A ideia “vanguardista” de uma educação para todos estava presente também no pensamento e nas propostas políticas de Antonieta. Sua mãe, ex-escravizada, sustentava a família como lavadeira e possuía uma pensão para estudantes. Dessa forma, o contato de Antonieta com o estudo teria início. Formou-se como professora aos 17 anos e inaugurou um curso particular para alfabetizar adultos.
Após o reconhecimento pelo seu trabalho, tornou-se cronista do jornal A Semana sob o pseudônimo Maria da Ilha. Então, escreveu mais de mil artigos sobre educação, papel da mulher na sociedade e críticas políticas. Além disso, publicou um livro em 1937. Os lucros obtidos com “Farrapos de Ideias” foram direcionados para a construção de uma escola para crianças filhas de pais internados com doenças infecto-contagiosas na Colônia Santa Teresa, em Santa Catarina.
Antonieta se elegeu novamente em 1947. No entanto, nenhuma outra mulher preta ocupou o seu lugar. Desde então, apenas quinze mulheres foram eleitas para a Assembleia de Santa Catarina, onde nasceu, mas nenhuma era negra.
A lei educacional de D. Pedro I data de 15 de outubro de 1827. Porém, só tornou-se feriado escolar no estado a partir de um projeto de Antonieta de Barros de 1948. Além disso, apenas quinze anos depois se expandiu para o restante do país pelo então presidente João Goulart.
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