Para explicarmos que existe um pensamento conservador enraizado em alguns grupos de famílias tradicionais na sociedade contemporânea, inserimos a esta discussão, as concepções da escritora Judith Butler (1993) sobre a sociedade binária, ela afirma que “o binarismo de gênero é socialmente construído”. Ou seja, a sociedade normatiza as pessoas entre homem e mulher, atribuindo papéis específicos para cada sexo, sendo que o masculino é colocado como superior ao feminino em diversas circunstâncias. A sociedade vai modelando meninos e meninas para agirem conforme os seus padrões de gênero, são características que vão desde gestos, comportamentos, brincadeiras até a estética, essas definições não são naturais e biológicas e sim sociais e culturais.
Primeiramente estabelecem-se as normas, depois as reiteram por várias autoridades, as reforçam ao longo do tempo com um intuito de um efeito naturalizado. Neste sentido, algo que foi construído, e reforçado pela sociedade, certamente pode ser também contestado, quando as mulheres lutam pelos seus direitos, elas denotam que há espaços para todas as mulheres, contestando uma norma vigente.