Conhecido como Setembro azul ou Setembro Surdo, o período tem como objetivo dar visibilidade a Comunidade Surda Brasileira, visando comemorar as conquistas obtidas pela comunidade surda ao longo dos anos, mas também em um importante processo de conscientização sobre a importância e necessidade da acessibilidade em suas diversas instâncias. O mês foi escolhido pois em 26 de Setembro de 1857 houve a criação da primeira Escola de Surdos no Brasil. Atualmente conhecido como INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos).
O atual Instituto Nacional de Educação de Surdos foi criado em meados do século XIX por iniciativa do surdo francês E. Huet, tendo como primeira denominação Collégio Nacional para Surdos-Mudos. Em junho de 1855, E. Huet apresentou ao Imperador D. Pedro II um relatório cujo conteúdo revelava a intenção de fundar uma escola para surdos no Brasil. Neste documento, também informou sobre a sua experiência anterior como diretor de uma instituição para surdos na França: o Instituto dos Surdos-Mudos de Bourges.
Torna-se importante destacar que hoje o termo “surdo-mudo” não é mais utilizado e passou a ter uma conotação pejorativa quando designado a uma pessoa surda. Em primeiro lugar porque uma pessoa com deficiência auditiva não necessariamente possui deficiência nas cortas vocais, e, portanto, é capaz se comunicar através de sons. Além disso, a própria língua de sinais é um meio de comunicação, sendo considerado apenas outro idioma. Assim, na década de 1950 o Instituto realiza uma importante substituição da palavra “Mudo” para “Educação”.
Por que a cor azul?
A cor azul, mais especificamente o azul turquesa, vem de um obscuro período político-social, que remete a opressão que os surdos (e pessoas como deficiências diversas, como um todo) viveram na Segunda Guerra Mundial por parte da sociedade nazista, que obrigavam as PCD’s a usarem uma faixa azul no braço, para diferenciá-las das PSD’s (pessoas sem deficiência).
Entre 1939 e 1941 “aproximadamente 70 mil pessoas com deficiência foram mortas em câmaras de gás. Mesmo com um decreto do próprio líder nazista Adolf Hitler interrompendo a perseguição a esse grupo social, mortes continuaram acontecendo em segredo até o final da guerra, resultando no assassinato de 275 mil pessoas.” Com o passar dos anos, e os movimentos de direito, a cor foi ressignificada para ser usada como símbolo de resistência.
Em apoio a esse movimento, e a fim de colaborar com os diferentes processos de visibilidade, o Click Museus apresentará durante todo o mês de setembro conteúdos relacionados a comunidade e a cultura surda! Em nosso programação “Setembro Azul” iremos esclarecer algumas dúvidas sobre a língua de sinais, apresentar centros culturais com educadores bilíngues, e trazer integrantes da própria comunidade surda para contar suas experiências no mercado cultural!
Referências
- Espaço do Conhecimento UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
- Conheça o INES – Site do Instituto Nacional de Educação de Surdos.
Leia também: 2º Edição do Festival online e gratuito: Acessa BH espetáculos protagonizados por pessoas com deficiência.
