Por Fredi Jon
O Dia do Amigo chegou. E talvez nunca tenha sido tão necessário refletir sobre o que, de fato, é amizade. Vivemos tempos estranhos, tempos em que fabricamos afetos, onde pessoas se tornaram avatares, onde o toque foi substituído pelo “curtir” e o abraço virou um emoji animado. Criamos versões digitais de tudo: de produtos, de experiências e, agora, até de vínculos humanos. Surgem os chamados “amigos reborn”,relações artificiais, moldadas para parecerem verdadeiras, mas incapazes de carregar o peso do silêncio, da ausência ou da dor do outro. Relações que simulam presença, mas são, na essência, apenas presenças ilustradas, e não ilustres, que essas sim, são eternas. .
O futuro parece, cada vez mais, caminhar para vínculos líquidos, efêmeros, rápidos. Laços que se constroem na velocidade de um clique e se desfazem no mesmo ritmo. Tudo é “fast”: fast food, fast love, fast friends. E, com isso, vamos nos acostumando à ideia de que estar junto é estar online, que conversar é digitar, que celebrar a vida é postar uma foto bonita e esperar que ela gere alguma validação digital.
Mas o que se perde nesse processo? O que estamos abrindo mão, silenciosamente, sem perceber? O olhar. O cheiro. O riso fora de hora. A lágrima que não se explica. O abraço apertado. O toque no ombro que diz: “Eu tô aqui”. Tudo isso, que é invisível para as câmeras, mas essencial para a alma.
É durante as serenatas que essa realidade se escancara de forma comovente. Quando chegamos, nesses ambientes pra tocar e cantar, deparamos com olhares que se enchem de água, mãos que tremem, corações que se apertam,não só pela surpresa da homenagem, mas pela constatação de que faz muito tempo que não se sentem verdadeiramente vistos, lembrados, tocados. A carência de afeto real é quase palpável. E talvez por isso, falar sobre isso se torna não só necessário, mas urgente.

É urgente compreender que nenhuma inteligência artificial, nenhum algoritmo, nenhuma rede social é capaz de substituir a complexidade e a beleza das relações humanas verdadeiras. Porque a amizade, diferente de uma conexão digital, é feita de imperfeições, de desencontros, de perdão, de espera, de tempo. A amizade não é linear, não é programável, não é vendável. Ela exige presença real, exige escuta, exige disponibilidade, algo raro em um mundo que nos ensina a estar ocupados demais para olhar nos olhos.
E quando tudo falha, quando o wi-fi cai, quando as redes somem, quando os algoritmos deixam de entregar , é aí que a vida real nos pergunta: quem permanece? Quem atravessa o silêncio? Quem toca sua porta, te olha nos olhos, te oferece o ombro e diz: “Senta ai, me conta como vc ta”?

O futuro das relações humanas depende do quanto estamos dispostos a não terceirizar o afeto. Depende do quanto entendemos que um amigo não é alguém que te envia um sticker fofo, mas alguém que te envia tempo, escuta e presença. Que a serenata, esse gesto quase ancestral, nos sirva como lembrança viva de que o amor, a amizade e o cuidado não são notificações. São encontros. São presenças que atravessam o tempo, o espaço e a vida.
Que nunca nos tornemos apenas perfis. Que nunca aceitemos viver como “amigos reborn”, embalados, bonitos e vazios. Que sejamos sempre presença viva no palco invisível da vida.
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