A construção de relações de afeto entre as pessoas e os lugares muitas vezes se dá pela construção e difusão de narrativas diversas sobre tais espaços — narrativas que por vezes se encaminham ora para a ficção, ora para o mito, ora para a lenda.
Esses elementos míticos ou fictícios, contudo, constituem realidades muito concretas e muito presentes para aquelas pessoas que são afetadas profundamente por esses lugares e as práticas associadas a eles — ignorar o poder do mito e das narrativas populares seria ignorar a própria teia complexa de relações entre pessoas, práticas e lugares que constitui o nosso patrimônio cultural.
Enquanto muitas dessas narrativas são amplamente difundidas e quase se confundem com a própria história dos lugares, outras, contudo, são muitas vezes alvo de silenciamentos e esquecimentos, mas são mantidas vivas entre grupos e indivíduos comprometidos com sua preservação.Nesta conversa trataremos de alguns lugares que são permeados por essas várias narrativas.
Tais narrativas são fundamentais para compreender a história dos lugares, suas formas de apropriação e os processos de apagamento e silenciamento associados.Falaremos sobre o célebre Largo da Banana, em São Paulo — local mítico de origem do samba paulistano — e sobre o Santuário Nossa Senhora Aparecida da Babilônia, em São Carlos, construído em torno das histórias de aparecimento e descoberta de uma figura de Nossa Senhora naquela região.
Data:5 de outubro de 2022, das 19h às 21h
Local:Casa de Dona Yayá (Rua Major Diogo, 353, Bela Vista)
EVENTO GRATUITO
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Ana Rita Corrêa é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UNICEP (2010) e mestre em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo pelo IAU USP (2022). Atualmente integra o grupo de pesquisa “Patrimônio Cultural: cidade e territórios no Brasil” coordenado pela Profa. Dra. Luciana Pelaes Mascaro (UFMT).Renata Siqueira é doutora pela FAU USP (2021) e foi contemplada em 2022 com a “Werner Baer Postdoctoral Position” do Lemann Center for Brazilian Studies, na University of Illinois. Investiga as processos de urbanização e relações raciais em São Paulo.
Fonte e texto: Casa de Dona Yaya
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