9h 11min – Quando o amor tem hora marcada

Por Fredi Jon

Naquela manhã ensolarada de 9 de novembro, o trio do Serenata & Cia estava a postos para uma missão muito especial: celebrar os nove anos de casamento de Rafaela e Sérgio. O casal tinha uma conexão mágica com essa data. Eles se conheceram em um 9 de novembro, deram o primeiro beijo exatamente às 9h11 e escolheram esse mesmo dia para o casamento. Agora, nove anos depois, Rafaela queria surpreender Sérgio com um presente inesquecível: uma serenata romântica, no exato horário simbólico, às 9h11 da manhã.

Mas o universo, como sempre, adorava colocar um toque de suspense nas histórias de amor. O trânsito na cidade estava caótico! Carros buzinavam, motocicletas costuravam pelos corredores e o grupo composto pelo violonista e cantor Fredi Jon, uma talentosa cantora e um saxofonista tentava manter a calma enquanto o relógio avançava impiedosamente.

“Se ficarmos parados aqui, vamos perder o horário exato! Precisamos dar um jeito!” exclamou Fredi Jon, suando frio enquanto verificava o relógio.

“Podemos pegar aquele atalho pela Rua das Palmeiras, mas… é contramão para veículos,” sugeriu Marcelo, o saxofonista.

Antes que alguém pudesse argumentar contra a ideia, Fredi Jon já estava abrindo a porta do carro. “Então vamos a pé! Pegamos os instrumentos e seguimos pelo beco! São só três quarteirões!”

Sem pensar duas vezes, os três músicos saltaram do carro e começaram a correr pelas ruas estreitas, desviando de pedestres, pulando poças d’água e tentando, a todo custo, não derrubar seus preciosos instrumentos. Algumas pessoas estranharam a cena: três músicos elegantemente vestidos de casaca e cartola, suando e carregando um saxofone, um violão e suas vozes afinadas, determinados a cumprir sua missão.

No prédio onde Rafaela e Sérgio aguardavam ansiosamente, o relógio marcava 9h09. Rafaela, já um pouco preocupada, olhou para o marido. “Será que eles vão conseguir?”

Foi então que, ao longe, ouviu-se um som de saxofone desafinado seguido por um grito: “Aaaaah, quase caí!” Era Marcelo, que tropeçara no tapete da portaria, mas conseguiu se equilibrar. O porteiro olhou surpreso e segurou a porta para a equipe passar.

No último segundo, às 9h10 e 45 segundos, os músicos chegaram em frente ao prédio e se posicionaram bem perto da sacada do primeiro andar, exatamente como se fazia antigamente. Fredi Jon respirou fundo e, sem microfone, começou a dedilhar o violão. A cantora se uniu a ele, e a melodia romântica encheu o ar, emocionando os vizinhos curiosos que abriram suas janelas para ver o que estava acontecendo. Rafaela e Sérgio se olharam, as mãos entrelaçadas, os olhos brilhando com a lembrança daquele primeiro beijo tão marcante. Tudo fazia sentido. O amor, a espera, o simbolismo dos números e, claro, o toque de aventura que tornou aquele dia ainda mais memorável.

Ao final da serenata, enquanto os músicos recuperavam o fôlego, Sérgio riu e disse: “Acho que esse foi o nosso 9 de novembro mais emocionante até agora.”

Rafaela assentiu, sorrindo. “E a lição de hoje? O amor sempre dá um jeito.”

Os três músicos, ainda ofegantes, se entreolharam e caíram na gargalhada. Afinal, eles haviam aprendido a mesma lição naquele dia. No fim, a música sempre chega no tempo certo, assim como o amor verdadeiro.

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