Museu das Culturas Dom Bosco abre agenda para visitas virtuais guiadas
Quem eram as 9 musas?
Como muitos já sabem, a mitologia grega buscava explicar acontecimentos cotidianos através de ações das entidades divinas e espetaculares, de diversas formas e com diversos poderes. Por exemplo, o nascer do Sol era atribuído à Helios, filho do titã Hiperião com a titânide Téa, irmão da deusa Éos, personificação do alvorecer, e da deusa Selena, personificação da lua.
Podemos dizer que a origem da ideia dos museus se dá também na Mitologia Grega. Mas como?
Após a vitória dos deuses do Olimpo sobre os seis filhos de Urano, conhecidos como titãs, foi solicitado a Zeus que se criassem divindades capazes de cantar a vitória e perpetuar a glória dos Olímpicos. Zeus então partilhou o leito com Mnemosine, a deusa da memória, durante dez noites consecutivas. Um ano depois, Mnemosine deu à luz a nove filhas em um lugar próximo ao monte Olimpo. Essas criaturas foram chamadas de Musas. Elas foram encarregadas de cantar a vitória e os grandes feitos dos deuses, sobre as suas divindades e belezas. Cantavam o presente, o passado e o futuro, acompanhados pela lira de Apolo, para deleite das divindades do panteão. Podemos dizer que eram as preservadoras da memória, o que faz sentido, visto que sua mãe era Mnemosine.
Cada musa possuía um nome e uma atribuição, dada por Hesíodo em seu livro Teogonia.
Calíope é a musa da eloquência e também da poesia heroica. Ela possuía a mais bela voz dentre todas as 9 musas do Olimpo. É a mais velha e mais sábia das filhas de Zeus e Mnemosine e teve dois filhos com Apolo: Orfeu e Linus.
Clio é a responsável pelas celebrações e também por conferir fama a alguém. Conhecida como a musa da história, seu nome significa “proclamadora”. Teve um filho com Pierus, o rei da Macedônia, e a esse filho deu o nome de Jacinto. Ela também é a responsável pela introdução do alfabeto fenício na Grécia.
Érato é a musa da poesia amorosa e erótica. É muitas vezes relacionada ao despertar do desejo. Seu nome significa “adorável” e é sempre representada com uma lira.
Essa é a musa da música e a alegria. Seu símbolo é uma flauta doce. Alguns consideram que tenha inventado a aulo ou flauta-dupla, mas a maioria dos mitólogos dão crédito a Marsias.
Melpômene é a musa da tragédia e o significado do seu nome é “aquela que é melodiosa”. Seu símbolo é a máscara da tragédia, mas em algumas representações ela também aparece portando um bastão ou faca em uma das mãos e a máscara da tragédia na outra. Ela usa botas de couro (coturnos), tradicionalmente usadas por atores trágicos.
Polímnia era a musa da poesia sagrada e lírica e seu nome significa “A dos muitos hinos”. Ela normalmente é representada com uma expressão muito pensativa, usando um longo vestido e com um manto pousado em seu ombro. Também era considerada a musa da música, narrativa, geometria, meditação e agricultura. Vale lembrar que enquanto Polímnia era responsável pela poesia lírica, sua irmã Érato era a musa da poesia amorosa.
Embora originalmente seus atributos não sejam delimitados, desde a época clássica foi associada à poesia e à dança. Em algumas lendas, ela é a mãe das sereias , junto com Achelous ( o deus do rio com o mesmo nome , entre Etólia e Acarnânia , e o mais antigo e poderoso dos espíritos da água na Grécia).
Talia representa a comédia e a festividade. Ao contrário de Melpômene, ela é representada sempre com a máscara da comédia e seu nome significa festividade, ou seja, aquela que estimula as celebrações.
Urânia, do grego “a celestial”, era a musa da astronomia, matemática, surrealismo e da astrologia. É comumente representada vestida de azul, cor que representa a abóbada celeste, tendo em torno de si um globo terrestre, e um compasso em uma das mãos. Também possui uma coroa ou diadema formado por um grupo de estrelas. Aos seus pés normalmente podemos encontrar alguns instrumentos matemáticos, razão pela qual, muitos a consideram a musa de todas as ciências exatas.
Todas essas musas moravam em um local conhecido como Mouseion, localizado sobre o Monte Hélicon. Esse espaço era muito frequentado por poetas, filósofos, astrônomos e outros estudiosos em busca de inspiração, pois como vimos, essas musas tinham o dom de inspirar os homens.
Começamos com esse post a perceber a origem dos museus. Além de serem filhas de Mnemosine, a titânide responsável pela memória, e viverem no ‘mouseion’ (palavra que se parece bastante com ‘museu’, não é?) as musas ‘iluminavam’ e ‘inspiravam’ aqueles que as procuravam, além de alegrá-los e manterem a memória viva.
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