Exposição “Sopros” na Japan House (SP)

Está em cartaz até o dia 06 de março, na Japan House, a exposição “Sopros”. Nela, é possível conhecer mais sobre a produção de peças utilitárias de vidro. É, portanto, um paralelo entre as tradições dessa forma de arte e as modernidades que foram se agregando a ela com o passar do tempo.

Origem do Edo glass

Durante o Período Edo (século XVII a XIX), desenvolveu-se no Japão uma técnica artesanal de fabricação de vidros. Assim, mais especificamente em Tóquio, o Edo glass era produzido através do sopro. Então, a “composição” do vidro ia para um forno a temperaturas acima de 1000°C até derreter. Nesse momento, atingia uma consistência pastosa a qual o artista conseguia soprar através de um tubo de aço e moldar as peças.

Há, portanto, oito principais técnicas que formam o estilo. São eles: o sopro livre, o sopro em molde, o gambo, o rigado, o prensado, a compressão, a centrifugação e o estiramento. O sopro livre é aquele no qual o artista sopra o vidro que se adere à ponta do tubo e o molda a partir de pinças e tesouras, ao mesmo tempo que o equilibra girando o tubo. Por outro lado, o artista sopra o vidro dentro de um molde pré-fabricado a fim de obter peças semelhantes entre si. Já no rigado, o vidro é soprado dentro de um molde especial com linhas verticais cavadas que fornecem mais brilho à peça final. Além disso, também é possível que o sopro seja automatizado: é a técnica de compressão que utiliza ar comprimido.

O gambo, então, é uma técnica para “colar” hastes finas em outros objetos; é muito utilizada em taças, por exemplo. Já o prensado é composto por duas partes que pressionam a massa de vidro até a espessura que o artista desejar. Enquanto isso, no estiramento, o vidro é despejado em uma superfície e, conforme ele se espalha, o artista o molda com ferramentas. Por fim, na centrifugação, o vidro derretido é despejado em um molde que rotaciona em alta velocidade e projeta a massa para as paredes.

A(s) exposição(ões)

“Mais do que elementos decorativos ou funcionais, é interessante como essas peças revelam um estilo de vida do Japão. Além disso, a coexistência do tradicional com o contemporâneo também pode ser vista mais uma vez aqui, nesta exposição, como forma de vivenciar a estética atual que inúmeros artesãos desenvolveram a partir da técnica tradicional” (Natasha Geenen)

A exposição “Sopros” divide-se em duas mostras que se relacionam entre si. Uma com foco na produção moderna japonesa e outra que explora as técnicas tradicionais. Dessa forma, para Natasha Geenen, curadora, “a ideia principal é apresentar essa produção singular, cuja tradição é passada de geração em geração, além de seus usos, destacando o vidro como um material extremamente elegante e versátil. Seu processo produtivo envolve uma grande transformação física e química, passando por vários estados até se transformar em uma peça única que reflete a autoria dos artesãos envolvidos nesse desenvolvimento”.

A entrada é gratuita e conta, ainda, com elementos táteis e audiodescrição, por exemplo. No vídeo do canal do YouTube da Japan House, é possível conhecer um pouco mais do espaço e ter alguns spoilers sobre o acervo (incrível) em exposição. Vem ver!

Video de divulgação oficial.

SERVIÇO Japan House São Paulo

Endereço: Avenida Paulista, 52 – Bela Vista, São Paulo

Período: de 15 de dezembro de 2021 a 6 de março de 2022

Horário de funcionamento:

Terça a sexta-feira, das 10h às 18h*

Sábados, das 9h às 19h*

Domingos e feriados, das 9h às 18h*

Entrada gratuita.

É possível também ver essas técnicas em execução no reality “Virados”, disponível na Netflix. Tem duas temporadas disponíveis – e mais um especial de Natal. Super recomendo!

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